Projeto de cicloturismo em Campo Mourão passa por aprovação na Alep
Last Updated on 25/06/2024 by Redação
O Projeto de Lei Ordinária nº 538/2023, que prevê a instituição de um circuito de cicloturismo de Campo Mourão, já foi aprovado em três discussões na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Agora, o próximo passo é ser sancionado pelo governador do estado do Paraná, Ratinho Júnior. “Vai representar um salto de qualidade no setor turístico de Campo Mourão e municípios da região”, disse o idealizador da proposta, Diego Reis Pereira, coordenador do Grupo Ecobike.
Uma das intenções é incentivar o uso de bicicleta como meio de transporte e lazer, estimulando a prática de esportes de aventura e de hábitos saudáveis, promovendo o turismo regional. A prática visa, ainda, à geração de renda ao município e região, além de sensibilizar a população para a importância da preservação do meio ambiente.
A iniciativa foi formalizada pelo deputado estadual Douglas Fabrício, há aproximadamente 1 ano. “É um projeto de cicloturismo, que visa fortalecer o turismo local, regional e o turismo de aventura, que é o próprio cicloturismo. Traz benefícios para a economia local, a questão de hospedagens, hotéis, lojas especializadas em bicicletas, turismo rural, favorecendo quem trabalha na área rural, que vai poder ter investimentos na área para gerar recursos”, ressaltou Pereira.
O ciclista reforçou que tem procurado apoio governamental, municipal e comunitário. Destacou que o engajamento tem sido muito bom. “É um sonho antigo meu, sabe?”, falou Pereira, relembrando que já pedala pelo município, pela área rural, há cerca de 10 anos, por isso sabe das necessidades para a prática do esporte.
A intenção de Pereira é ver a área rural também sinalizada, para possibilitar maior segurança a quem transita pelos locais e que a região seja ainda mais conhecida. Segundo ele, isso também viabilizará maiores oportunidades para as pessoas.
Benefícios para CM e municípios da região
O coordenador do grupo Ecobike, Diego Reis Pereira, enfatizou a importância da proposta para proporcionar novas oportunidades sobretudo a pequenos produtores rurais. “Será uma excelente alternativa para valorizar a agricultura familiar, motivando essas pessoas que moram no campo a ampliarem suas propriedades, montando pequenas pousadas, adaptando restaurantes”, falou.
Pereira lembrou que tais estabelecimentos não precisam necessariamente ser de grande porte, mas que possam servir para os cicloturistas opções gastronômicas vindas de dentro de suas propriedades mesmo. Isso porque, conforme destacou, normalmente os ciclistas procuram se conectar com ambientes rústicos e que transmitem paz.
O ciclista também revelou que uma grande inspiração para o projeto veio do circuito Vale Europeu, no estado de Santa Catarina. “Esse circuito tem atraído cicloturistas de muitas partes do nosso país e também do mundo. Lá, quem tem se beneficiado – e muito também – são os pequenos proprietários rurais. Daí vem a motivação para a realização da proposta”, enfatizou.
O mourãoense Osvaldo Ortiz, que também é integrante do grupo Ecobike de Campo Mourão e pratica o esporte há 9 anos, conhece bem a região. Pelo menos, em um raio de 100 quilômetros, é difícil o local por onde ele ainda não passou com sua bike.
“A experiência de pedalar é maravilhosa; é o contato com a natureza, você se desliga dos problemas, é muito relaxante”, compartilhou. Com toda a experiência que tem, Ortiz também vê benefícios na implantação da proposta de cicloturismo. “Esse projeto tenho certeza vai ajudar muito. Espero que dê certo”, torceu.
Para que tudo isso seja possível, a docente do curso de Turismo da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Campo Mourão, Tatiana Colasante, avalia que o planejamento é a base para que o circuito funcione conforme proposto. “É fundamental pensar que esse tipo de atividade precisa ser planejado, considerando detalhes técnicos, econômicos, históricos, culturais, ambientais e políticos para a implantação e gestão de circuitos”, salientou.
Além disso, a professora destacou que tudo o que envolve o desenvolvimento da atividade cicloturística no município e em comunidades rurais também poderá contribuir com a formação de novos turismólogos na universidade local. “Esses preceitos dialogam com a formação em Turismo da Unespar, que busca atender a essas demandas regionais e se preocupa com a inclusão das comunidades que são atingidas direta e indiretamente pelo turismo”, argumentou.
A intenção também é de que outras pessoas possam conhecer Campo Mourão e praticar esse esporte – que, conforme Pereira mesmo frisou, ‘é tão saudável e faz tão bem’ –, de forma segura. O propósito é que todos os municípios da região sejam beneficiados com esse projeto. Ele citou, como exemplos, Luiziana, Iretama, Roncador, Farol, Janiópolis, Mamborê, entre outros.
Além disso, já estão sendo feitas ciclovias dentro da área urbana de Campo Mourão, em jardins e loteamentos. O coordenador do Ecobike frisou que isso tem sido importante para a mobilidade urbana, pelo fato de as pessoas passarem a usar mais esse modal como meio de locomoção para o trabalho e como forma de lazer no fim do dia ou final de semana.
“Esse é só o início de um trabalho”, falou, com otimismo, o idealizador da iniciativa. Ele acredita que, após o projeto ser sancionado, será possível fazer muito mais pela atividade esportiva. Para o ciclista, à medida que o projeto for avançando, a ‘participação vai ser ainda maior’.
Serviço
Interessados em conhecer o Projeto de Lei Ordinária nº 538/2023 na íntegra, inclusive com as ciclorrotas em Campo Mourão e municípios vizinhos, pode acessar o documento clicando aqui.
