Projeto inovador promove educação e inclusão digital em CMEI de Campo Mourão
Um projeto inovador vem proporcionando educação e inclusão digital no Centro Municipal de Educação Infantil Sossego da Mamãe, de Campo Mourão, desde 2023. O projeto intitulado “ROBSOM STEAM – educação e inclusão digital na educação infantil: aprendizagens, interações e brincadeiras”, proposto pela professora pedagoga Silvana Maria Vieceli de Souza, com apoio da diretora da instituição, Eliandra Cardoso dos Santos Vendrame, visa promover inclusão, capacitação, especialização, pesquisa e educação escolar digitais na primeira etapa da educação básica, de forma lúdica, explorando diferentes linguagens e habilidades.
Alinhada à Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e à Lei nº 14.533/23, que cria a Política Nacional de Educação Digital, a proposta vai ao encontro da necessidade de fortalecer o trabalho junto à comunidade escolar, modernizando recursos e práticas pedagógicas, o que inclui o uso da tecnologia e a educação digital na educação infantil.
“Em toda sua execução, ele oportunizou às crianças da educação infantil acesso à educação digital, robótica e tecnologia, valorizando o protagonismo das crianças, estimulando a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas por meio da metodologia STEAM”, explicou a diretora. Para isso, a equipe pedagógica planejou sequências didáticas, jogos e demais atividades.
Conforme o projeto foi tomando corpo, as responsáveis também sentiram a necessidade de novos recursos que auxiliassem a execução das atividades. Por isso, por meio da aquisição de uma mesa digital PlayTable, pela Secretaria Municipal de Educação para os CMEIs de Campo Mourão, por exemplo, foi possível expandir as ações.
O trabalho já foi realizado com as nove turmas de crianças de 11 meses e de 3, 4 e 5 anos, na modalidade da educação infantil (Maternal III, Nível I e Nível II). A metodologia utilizada dá parte do nome do projeto: STEM. Ela permite uma forma integrada de aprendizagem baseada em projetos, que busca a formação em diversas áreas do conhecimento: Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática (cujas iniciais, em inglês, formam a sigla), conforme comentou a gestora da instituição.
“A metodologia STEAM é uma abordagem de ensino que tem como objetivo a inovação das práticas pedagógicas, estimulando a aprendizagem multidisciplinar em sala de aula; é baseada em projetos e tem o aluno como centro da aprendizagem”, elucidou Eliandra. A diretora destacou a importância da participação ativa de outros setores da escola e da comunidade escolar em geral para que a ideia tivesse sucesso.
A denominação principal do projeto veio em função de algumas “representações”. Ao contrário do que alguns podem pensar, ROBSOM não deriva do nome de uma pessoa, mas corresponde à uma sigla; ROB vem de robô, enquanto SOM corresponde ao nome da instituição: Sossego da Mamãe. Por sua vez, conforme mencionado anteriormente, STEAM diz respeito à sigla que denomina a metodologia utilizada.
Contextualizando o projeto: da iniciativa à prática
A primeira ideia de desenvolvimento de um projeto de inovação no CMEI Sossego da Mamãe surgiu no segundo semestre de 2022, quando a professora Silvana Vieceli participou de uma formação em Robótica. Na ocasião, a docente e a diretora iniciaram uma conversa sobre as potencialidades dos estudos e ações do uso da metodologia STEAM na instituição.
“Comentei que sempre observava o uso da robótica e programação em instituições de ensino privada, e que nós da educação pública também teríamos condições de desenvolver uma proposta que envolvesse a metodologia, a robótica e a programação com recursos que temos ou que poderíamos criar, sistematizar junto as professoras do nosso CMEI, para que nossas crianças vivenciassem essa aprendizagem”, falou Eliandra.
Ambas entusiasmadas com a ideia, começaram, então, a estudar ações, pesquisar materiais e reunir as ideias em um pré-projeto, que foi elaborado com o intuito de apresentar para a secretária de Educação, professora Tânia Aparecida Caetano Pinto Silveira, no início do ano letivo do ano seguinte.
As educadoras receberam total apoio da secretária, assim como da gerência pedagógica e da educação infantil, para colocar o projeto em prática com todas as turmas do CMEI. O objetivo era estimular o desenvolvimento de competências digitais, pensamento computacional, cultura digital, aprendizagem básica de computação, programação e robótica, mediante a metodologia selecionada.
O projeto fora do CMEI: eventos e premiações
Desde que começou, o projeto ROBSOM STEAM não se restringiu aos portões do CMEI. Ele já foi apresentado em eventos locais e recebeu premiações, inclusive a nível nacional. Em outubro do ano em que foi criado, em 2023, foi apresentado no evento Empreende Week.
Na ocasião, foi feita a exposição das atividades realizadas em espaço reservado pela Secretaria Municipal de Educação, além da apresentação de uma comunicação oral sobre o desenvolvimento das ações do projeto no Espaço Palco Sebrae, a convite da Câmara Temática de Educação do Conselho de Desenvolvimento de Campo Mourão (Codecam).
No mesmo mês, o projeto foi premiado, em 2º lugar, na categoria Educação Infantil, no concurso de Projetos Pedagógicos, proposto pela rede municipal de educação. “Recebemos troféu, premiação e outorga de reconhecimento pela ação de transformação social na vida dos alunos, de toda comunidade escolar, promovendo o impacto social, contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, humana e igualitária”, falou, com orgulho, a diretora.
Já em novembro do mesmo ano, foram divulgados os vencedores das cinco categorias do Prêmio Campo Mourão Sustentável/2023, pela Codecam e Associação Comercial e Industrial (Acicam), durante o IV Seminário de Estratégias para o Desenvolvimento Econômico Local, e o projeto ROBSOM STEAM estava, novamente, entre os ganhadores, recebendo certificado de reconhecimento.
Outra conquista significativa do projeto foi quando, em 2024, ocupou o 3º lugar na região Sul, no prêmio Educador Transformador, na categoria Educação Infantil. O concurso foi promovido pelo Sebrae e tem como objetivo incentivar e divulgar projetos educacionais inovadores na primeira etapa da escolarização das crianças, buscando o desenvolvimento de competências, habilidades e/ou atitudes empreendedoras que possibilitem transformar o conhecimento e a experiência em resultados para o indivíduo e para a coletividade.
O concurso mais recente que o trabalho concorreu foi o Prêmio Instituto Integrado de Inovação Educacional 2024, na semana passada. O projeto do CMEI Sossego da Mamãe garantiu o 1º lugar. A iniciativa foi promovida pelo Instituto Integrado de Ciência e Tecnologia, com apoio do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão e Câmara Temática de Educação (CODECAM), com objetivo valorizar e compartilhar as práticas pedagógicas que impulsionam a educação na região.
“Os resultados que temos obtido nas premiações evidenciam o trabalho de todo o coletivo de profissionais do CMEI Sossego da Mamãe, destacando o empenho e dedicação da professora pedagoga Silvana Vieceli, que tem coordenado o projeto, realizado as documentações e registros das ações”, enfatizou a gestora, complementando a importância de divulgar ações pedagógicas como essa à comunidade.
Outros projetos
Diversas escolas municipais e colégios estaduais de Campo Mourão têm desenvolvidos propostas de trabalhos inovadores. São, pelo menos, 14 projetos propostas pela educação pública do município. Outros dois que foram premiados pelo Instituto Integrado, por exemplo, foram os seguintes: “Drone Delivery”, de autoria da professora Geislana Padeti Ferreira Duminelli, do Colégio Estadual de Campo Mourão (2º lugar), e “MARETEC”, da docente Adrielly Sontag, do Colégio Estadual Cívico-Militar Marechal Rondon.
Entre os projetos realizados em instituições municipais, estão: “Bom dia, todas as cores: respeitando as diferenças”, da professora Miriane Renata Pereira, da Escola Professor Florestan Fernandes, “Frutas: cores e sabores”, de Carine Leticia Machry, do CMEI Doce Magia, “Trânsito Kids: educação em ação”, de Érica Ferreira Dias Paes, da Escola Professor Cidade Nova, e “Construindo um autor”, de Daniela da Silva Chudy, da Escola Professor Domingos José de Souza.
Dois dos trabalhos propostos por instituições estaduais são “Ensino, pesquisa e extensão como ferramenta para o desenvolvimento técnico e social de alunos do ensino médio técnico”, dos professores Gustavo Soares Wenneck, Antônio Aparecido Pereira de Oliveira e Márcio Luiz Ramos, e “Extensionismo social e implantação de hortas para produção de olerícolas em instituições de ensino do município de Campo Mourão”, de Márcio Luiz Ramos, Antônio Aparecido Pereira de Oliveira, Gustavo Soares Wenneck e Leonardo Pim Petean, ambos do Centro de Educação Profissional Agrícola de Campo Mourão.
Outros trabalhos da rede estadual incluem: “Composteira eletrônica”, do docente Stênio Cristaldo Heck, do Colégio Antônio Teodoro de Oliveira, “Como é Ser Vinicius?”, de Gabriel Francisco Cabrera de Sá, Wyrllen Everson de Souza, Adriana Gomes Cardozo e Victor Raoni de Assis Marques, do Colégio Vinicius de Moraes.
Ainda, podem ser citados: “Programando meu Strogonoff de Bis®: proposta de reeducação alimentar inserindo aditivos naturais na sobremesa e em programação”, da educadora Mirian Sousdaleff Laczkowski, do Colégio Professora Ivone Soares Castanharo, “Programando meu suco”, proposto pela mesma docente, no Colégio Estadual Cívico-Militar Unidade Polo, e “Corrida de LED”, de Elissandra Beneti Cateli Mangolin, do Colégio Cívico-Militar Dr. Osvaldo Cruz.