Protestos prosseguem pela região com bloqueios de rodovias e, agora, com adesão de comerciantes

Entrou para a segunda semana, na região de Campo Mourão, a onda de protestos de eleitores bolsonaristas que não aceitam o resultado das Eleições no último dia 30. O presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu nas urnas para o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de bloqueios em algumas rodovias, os manifestantes ganharam apoio de comerciantes em algumas cidades. Em Mamborê, por exemplo, conforme informações da rádio local, cerca de 250 empresas fecharam as portas no dia de hoje. Entre os protestantes estão caminhoneiros, produtores rurais, autônomos e simpatizantes em geral do presidente Bolsonaro.

Agora pela manhã, uma grande manifestação é realizada no trevo de acesso à cidade de Mamborê, na rodovia BR-369. Não há interdição da rodovia. O movimento acontece de forma pacífica. Já na rodovia PR-317, em Peabiru, os manifestantes estão bloqueando a via, assim como ocorreu no domingo (30), na parte da manhã. Conforme a Polícia Militar (PM), que acompanha o protesto, uma fila de cerca de um quilômetro de veículos se formou na via. Há bloqueios, no sistema ‘pare e siga’, nos dois sentidos da pista.

Apenas ambulâncias, cargas vivas, pessoas com consulta médica e transporte de medicamentos estão sendo liberados. Na rodovia PR-487, saída para Luiziana, em frente a fábrica da Coamo, também estão ocorrendo bloqueios. Há protestos ainda nos trevos de acesso às cidades de Ubiratã, e Juranda, na BR-369, sem o bloqueio de veículos. As Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, além da Polícia Militar, acompanham os protestos pela região.

Bloqueios proibidos

Desde a semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a desobstrução de rodovias e vias públicas que estejam ilicitamente com o trânsito interrompido. Alexandre de Moraes também determinou, em razão de apontada “omissão e inércia”, que a Polícia Rodoviária Federal adote imediatamente todas as providências sob pena de multa de R$ 100 mil em caráter pessoal ao diretor-geral da PRF, a contar de meia-noite de 1º de novembro, além da possibilidade de afastamento de suas funções e até prisão em flagrante de crime de desobediência caso seja necessário.

O ministro estipulou ainda multa de R$ 100 mil por hora para donos de caminhões que estejam sendo usados em bloqueios, obstruções ou interrupções. Ele determinou que sejam intimados “o Ministro da Justiça, o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, todos os Comandantes-gerais das Polícias Militares estaduais; bem como o Procurador-Geral da República e os respectivos Procuradores-Gerais de Justiça de todos os Estados para que tomem as providências que entenderem cabíveis, inclusive a responsabilização das autoridades omissas”.

De acordo com nota divulgada pelo Governo do Paraná, no Estado, a Polícia Militar atuou em apoio ao efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao todo, foram empregados mais de 4,5 mil policiais e 1,5 mil viaturas por todo o Estado. No Paraná, já foram registrados 189 boletins de ocorrência e identificadas 38 lideranças. Duas pessoas foram encaminhadas para assinatura de termo circunstanciado por flagrante de obstrução de via e uma pessoa foi presa pelo descumprimento da ordem policial. Também foram emitidas 66 autuações de trânsito de veículos, sendo 15 autuados por resultarem no bloqueio de rodovias.