Secretário de Saúde teme nova epidemia de dengue em Campo Mourão
O Secretário de Saúde de Campo Mourão, Sérgio Henrique dos Santos, alertou na manhã desta segunda-feira (7), que teme uma nova epidemia de dengue em Campo Mourão, diante do atual cenário encontrado nas residências – grande número de focos – por agentes de endemias e ao aumento expressivo de casos confirmados nos últimos dias.
A preocupação é que se repita a epidemia de 2019, uma das piores da história. Na ocasião, o município teve 1.169 moradores infectados pelo vírus. “Hoje já temos casos de pacientes que estão internados na UPA devido à dengue. É um cenário que a gente já viveu anteriormente. Tivemos uma epidemia muito violenta em 2019 e a nossa preocupação é que isso venha a se repetir”, teme Santos.
Ele disse que de dois anos para cá, o foco está na pandemia da Covid-19, mas a dengue ‘nunca deixou de existir’ e é tão perigosa quanto. “É uma situação que não pode ser descuidada. Estamos no começo de março com uma infestação muito grande como no jardim Alvorada, por exemplo”, frisou.
No último sábado, preocupado com o aumento de casos na cidade, já são 27, o município promoveu uma caminhada ecológica nos jardins Alvorada, Santa Nilce e Bandeirantes. Nestes bairros, o índice de infestação tem preocupado a Saúde. “Com este cenário de vários casos de dengue confirmados, estamos fazendo este trabalho diferenciado junto com panfletagem e abordagem ao morador”, explicou na ocasião a coordenadora de Endemias, Marinalva Ferreira da Luz.
Nesta semana será realizada outra ação em parceria com o Sesc. Também será reativado o Comitê Gestor da Dengue, que tem equipes de trabalho que estarão futuramente auxiliando nas ações em Campo Mourão. “A dengue não é um problema da Secretaria da Saúde ou do poder público. É um problema de todos. Se não tivermos o apoio dos moradores todo este trabalho que estamos fazendo no combate à dengue não irá surtir efeito”, alertou Marinalva.
O secretário de Saúde, Sérgio Santos, voltou a pedir a colaboração da população nas ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. “O morador deve se atentar para sua casa. Eliminar focos que podem estar em um vaso de flor ou em um ralo, por exemplo. Se tiver algum terreno próximo, o cidadão também pode fazer uma rápida varredura. Se tiver foco lá, ele poderá ser vítima da doença. A prefeitura está fazendo dentro das suas possibilidades tudo que pode ser feito contra a dengue, mas Campo Mourão tem mais de 45 mil imóveis. Impossível imaginar que vamos colocar um agente em cada casa para vistoriar o terreno. Não vamos”, ressaltou Santos.
A região da Comcam viveu em 2019 a pior epidemia de dengue da sua história. Encerrou o período sazonal 2019/2020 de monitoramento da doença com 15.463 casos confirmados. Durante o período, foram 14 mortes nas cidades de Barbosa Ferraz (7); Juranda (1), Nova Cantu (3), Peabiru (1), e Ubiratã (2). Ainda conforme os dados, 19 dos 25 municípios encerraram o ciclo em situação de epidemia, quando a cidade tem taxa de incidência proporcional acima de 300 casos por 100 mil habitantes. “Precisamos da ajuda e da consciência da população para que estes números não voltem a se repetir”, alerta Santos.