Temor de desabastecimento gera filas em postos de combustíveis em Campo Mourão
Temendo uma possível falta de combustíveis por conta dos protestos de caminhoneiros bolsonaristas que bloqueiam rodovias na região, desde a manhã desta quinta-feira, motoristas têm formado filas em postos de combustíveis em Campo Mourão.
Alguns, inclusive, já temem que uma possível falta do produto possa aumentar ainda mais os preços nas bombas, como ocorreu durante a greve dos caminhoneiros de 2018. “Melhor prevenir do que remediar”, falou à TRIBUNA o promotor de vendas Reinaldo Correia, que ficou por cerca de 30 minutos na fila em um dos postos da cidade.
Ele disse que como precisa do carro diariamente para trabalhar preferiu não arriscar a sorte. “Meu receio é que a paralisação possa também influenciar no aumento dos combustíveis como já ocorreu na última greve. Vários donos de postos aproveitaram do momento”, lembrou.
Apesar da correria aos postos, a reportagem da TRIBUNA, em contato com alguns estabelecimentos, foi informada que não há risco de desabastecimento por enquanto. O gerente do posto São Miguel, na área central da cidade, que preferiu se identificar apenas como Vinicius, comentou que o estabelecimento vem mantendo contato com os distribuidores e que a informação é de normalidade no fornecimento do produto.
“Esta semana tivemos uma preocupação que foram fechados trechos de Marialva. Nossos caminhões tiveram dificuldades para transitar na volta. Tivemos que pegar um desvio”, frisou. Segundo ele, a preocupação é que há bloqueios mais rigorosos em rodovias de São Paulo e Rio de Janeiro, de onde vem o combustível.
“O pessoal, no desespero está correndo aos postos todos de uma vez com o medo de desabastecimento, e isso está ocasionando filas. Mas por enquanto, pelo menos no nosso estabelecimento tudo transcorre dentro da normalidade”, disse.
A funcionária do posto ‘Amigão’, também na área central de Campo Mourão, comentou que houve uma grande movimentação de motoristas pela parte da manhã, mas que a situação já normalizou após o almoço. Ela descartou o risco da falta de combustível. “Está tudo normal”, disse.
Da mesma forma ocorre no posto Andrade, na entrada do Lar Paraná. Uma funcionária ouvida pela TRIBUNA, disse que a movimentação de pessoas para abastecer os veículos está maior hoje, mas que não há risco de desabastecimento.
A paralisação dos caminhoneiros entrou hoje para o terceiro dia seguido. Na Região de Campo Mourão, há bloqueios na PR-180 , em Goioerê e pela manhã houve também na PR-487, saída para Luiziana. Em Goioerê, segundo informações, apenas veículos de passeios e caminhões com cargas perecíveis estão sendo autorizados a seguir viagem.
Em nota, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), entidade que reúne a rede de distribuição, informou que até o momento, não há registro de desabastecimento. Os protestos teriam causado até agora apenas alguns atrasos e dificuldades pontuais.