Tempo seco aumenta riscos de incêndios ambientais, alerta Corpo de Bombeiros

O tempo seco e a baixa umidade do ar das últimas semanas têm favorecido os focos de incêndio, principalmente em áreas de vegetação em Campo Mourão e região. Nesta época do ano, em que o volume de chuvas reduz significativamente, as ocorrências desta natureza mais que dobram, dando trabalhos aos bombeiros, causando também transtornos e até risco de vida à população. Isso sem falar dos danos à fauna e à flora.

Para diminuir este risco, o comandante do Corpo de Bombeiros de Campo Mourão, capitão Anderson Luiz Feijó, faz um alerta à população que redobre os cuidados para evitar incêndios e, que denuncie, em caso de flagrante, a prática às autoridades policiais.

Conforme o capitão, além da baixa umidade e do tempo seco, a maioria dos incêndios, principalmente na área urbana, é proveniente de causa humana, como perder o controle de uma fogueira, queima de lixo, jogar um cigarro aceso na estrada, realizar queima irregular em lotes vagos e incêndio criminal.

“Podem ser coisas simples, mas que geram grande prejuízo material e até para a vida das pessoas”, alertou Feijó. O militar informou que em Campo Mourão, a maior parte de ocorrências atendidas pelos Bombeiros, envolvendo incêndios, quase um terço delas, 31, foram de fogo em lixos. “São casos de pessoas ateando fogo em lixos, quintais ou terrenos baldios”, frisou.

Somente as ocorrências envolvendo incêndios ambientais em terrenos baldios nos cinco primeiros meses deste ano, somaram 18 em Campo Mourão. “Nos preocupa que a partir deste mês haja uma redução muito grande de chuvas o que torna a vegetação bastante seca, com facilidade de incêndios”, preocupa-se o capitão. Feijó comenta que de junho até início de setembro há alto risco de incêndios ambientais. Ele informou que em torno de 45% das ocorrências atendidas pelos Bombeiros do Paraná são referentes a este tipo de ocorrência.

Feijó lembra que provocar incêndio em mata ou floresta é crime previsto em lei. A pena é de 2 a 4 anos de prisão, além de multa. De acordo com o capitão, muitos proprietários de lotes iniciam o fogo para limpeza dos terrenos. “É mais fácil colocar o fogo e ir embora do que contratar o serviço de capina e entulho, mas é importante saber que para realizar esse tipo de queimada, é preciso autorização, para ocorrer de maneira segura e controlada. Tem que ter uma equipe especializada porque você pode perder o controle e colocar em risco a própria vida e a de terceiros”, explicou.

O capitão informou que a população pode ajudar a evitar este tipo de ocorrência. Entre as ações para evitar incêndios, ele pontua: manter os lotes limpos, com pouca ou nenhuma vegetação; não usar o fogo para limpeza ou renovação de pastagem; não queimar lixo, folhagens, galhadas e entulhos; jogar o lixo doméstico em local apropriado e ficar atendo aos dias e horários de coleta no bairro; em caso de resíduos recicláveis, encaminhar para a coleta seletiva; não jogar entulhos e materiais de construção civil de maneira irregular; não jogar bituca de cigarro pela janela do veículo; não jogar lixo ou resíduos em terrenos baldios, praça, ruas, calçadas e margem de córregos; não soltar balões; e não fazer fogueiras.

Ainda conforme o militar, qualquer pessoa que se deparar com um incêndio não deve tentar debelar as chamas sozinho e sem roupas de proteção adequada. “O ideal é acionar o 193 imediatamente para que os profissionais possam debelar o incêndio de maneira correta e segura”, argumentou.

Conscientização

No dia 31 de maio, o Governo do Paraná lançou a Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, que visa orientar a população sobre os riscos e consequências que o incêndio florestal pode trazer para o meio ambiente e a comunidade.

Entre as ações de conscientização que serão realizadas nos próximos meses estão a distribuição de materiais educativos e orientações sobre como os incêndios começam, o que fazer ao avistar um foco de incêndio e como denunciar. O slogan é “Não temos tempo a perder. Precisamos evitar os incêndios florestais agora”.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma média de 7 mil casos de incêndios florestais são atendidos por ano no Paraná. Em 2022 foram 4.693 e em 2021, durante a crise hídrica, mais de 10 mil atendimentos. A diminuição nos números leva em conta o inverno chuvoso do ano passado.

De acordo com dados dos Bombeiros, a cada 10 incêndios florestais, nove são causados por alguma irresponsabilidade humana. Causar incêndios, mesmo que sem querer, é considerado crime e o infrator pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos e multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, dependendo do número de hectares afetados pelo fogo e dos danos causados à fauna e à flora. Atear fogo para limpar a vegetação, jogar lixo na beira de rodovias, acender fogueiras perto das árvores, fumar próximo a plantações e soltar balões são algumas das ações que podem dar início aos incêndios.

“Ao avistar um foco de incêndio a orientação é de nunca tentar combater o fogo sozinho. Realizar este processo sem o treinamento adequado pode colocar a pessoa em perigo. A orientação é procurar um local seguro, avisar os vizinhos e acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193”, ressaltou Feijó.