Vereador mantém rotina de fazer roçadas em espaços públicos
Mesmo eleito vereador, cargo que assumiu em 1º de janeiro deste ano, o líder comunitário Amilton Gomes de Souza, o Miltinho do Cidade Nova, mantém um serviço voluntário que presta há mais de cinco anos. Com uma máquina de cortar grama a gasolina, ele faz roçadas em espaços públicos, como calçadas, praças, fundos de vale e até campos de futebol.
“O fato de ter sido eleito vereador não vai mudar meu comportamento junto a comunidade. Não é uma afronta à prefeitura nem estou fazendo política em cima desse serviço, porque quem me conhece sabe que faço isso há muitos anos. Disponho desse tempo e acho que posso muito bem ajudar”, justifica. Como vereador ele tem direito a dois assessores parlamentares remunerados pela Câmara, que também são levados “a campo” para o serviço braçal.
Além do bairro onde mora, Miltinho também tem atendido outros, como no Conjunto Milton Luiz Pereira, Jardim Paulino e Bandeirantes. “A equipe da prefeitura não dá conta desse trabalho”, avalia o vereador, que começou utilizando equipamentos adquiridos com recursos da Associação de Moradores. Agora comprou mais duas máquinas com recursos próprios.
Ele deixa bem claro, porém, que as roçadas são feitas apenas em áreas de uso público. “Terreno particular é responsabilidade do proprietário. Se eu tiver que fazer o serviço, aí terei que cobrar”, argumenta Miltinho, eleito no ano passado com 882 votos. O serviço de roçadas é feito nos fins de semana e feriados.
O vereador ressalta que quando começou fazia o serviço sozinho e aos poucos foi recebendo apoio de outros voluntários da comunidade. “Assim como o síndico é responsável por um condomínio, como presidente da associação, procurei fazer algo parecido. A associação é um condomínio aberto”, compara.
O principal objetivo, segundo ele, é conscientizar a população a não esperar tudo do poder público. “Cada um pode dar sua contribuição. Vamos tentar reunir as associações para conscientizar os moradores de todos os bairros”, acrescenta o vereador, que morou no Lar Paraná por 19 anos e em 1993 mudou-se para o Jardim Cidade Nova.