Saúde

Os primeiros dez meses da presidente Dilma têm sido de situações que em outros tempos, 2003, seriam classificadas como herança maldita. Muito embora como acontece por aqui, ao inverso, pouco haja para o PSDB se apropriar do que recebeu como herança. Na melhor das hipóteses a devolução do projeto de aumento das taxas do Detran, que Requião, num dos seus raros momentos de humildade, em situação igual, recolheu. A lição que fica para os assessores de Beto, entre eles o experiente Durval Amaral (Chefe de Gabinete de Haully, quando Secretário de Finanças de José Richa (o pai) e desde então na AL), é que situações como essas, em que se precisa aumentar taxas ou impostos, num país em que o Paraná está inserido, onde se paga os maiores impostos do mundo (sem retorno), convém combinar com os mais experientes. Na assessoria  de Beto vinda da Prefeitura, tem muita gente que não sabe onde fica Porto Rico (não aquele que um dia  Jaime Lerner confundiu com o da América Central): município nas barrancas do Paranazão, como Guaraqueçaba,  no outro extremo,  fundos da baia de Paranaguá. Voltando ao comentário inicial: por incompetência o PSDB permitiu que Lula se apropriasse de tudo que implantou com o Real, inclusive a estabilização monetária, saindo de uma inflação absurda que se não tomarem cuidado ameaça voltar. Reuniu em um, os benefícios sociais que a falecida e respeitada dona Ruth implantou, respeitando princípio que vale na vida pessoal mas não em política, de que, o que a esquerda faz, a direita não precisa saber. Terça-feira a presidente lançou programas de saúde que em qualquer outro país seriam aceitáveis. No nosso, em que o SUS  leva meses para atender, imaginar atendimento em casa, só em municípios com poucos habitantes e um ou dois médicos. Quando o JN da Globo mostrar falhas, o pobre prefeito será chamado à responsabilidade.

 

Um momento

Absolutamente conflitantes. O primeiro o inesperado beija-mão do ministro Carlos Lupi, em cerimônia no Palácio do Planalto. Um gesto de cavalheirismo próprio das monarquias, que deixou até a presidente Dilma constrangida.

 

Segundo momento

O outro, quando acossado por situações ainda a serem investigadas, na medida em que só agora participantes do escalão próximo ao  Ministro do Trabalho foram demitidos, quando alertas já lhe tinham sido feitos desde 2006, sai ele com um arroubo: Para me abater só se for à bala. E precisa ser bala forte porque eu sou pesadão.

 

Bom dia, cavalo!

Alertado que, quem fala demais dá bom dia pra cavalo,  e certamente sua expressão seria explorada por adversários, como foi, o valente Carlos Lupi apressa-se em alertar à imprensa que a sua expressão não tinha como objetivo afrontar a autoridade da Presidenta. Apesar da bravata de Lupi, se nenhuma postura ocorreu desde agosto para frear as ações de seus assessores, estará ele no mesmo nível de Orlando Silva. Pior a emenda que o soneto!

 

Trabalho puxado

O que pareceria uma homenagem à experiência do deputado Elio Rusch, em realidade transformou-se  num grande problema. Ao ser eleito relator do Orçamento estadual, cargo da maior importância, o parlamentar, hoje presidente do DEM, não imaginava que além do calhamaço que o governo propõe,  teria no mínimo 3 mil  emendas ao Orçamento para analisar.  Seu desafio passado à coluna: Orçamento pronto para votação até o final do mês. Trabalho que exigirá fins de semana seus e de sua assessoria, debruçados sobre números.

 

Em choque

Um detalhe sutil: o governador Beto Richa concedeu direito aos parlamentares (de situação e de oposição) de incluírem projetos em valores que alcancem R$ 2  milhões. Não haverá repasse de dinheiro. Serão projetos destinados a obras em várias áreas. Com recursos já embutidos no Orçamento Geral. Sem retirar recursos de outros projetos prioritários. Requião quando governador acatou emendas, sem jamais honrá-las.