A luz mais importante naquela aula
Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras
São Francisco de Assis
A vida é feita de surpresas. O inesperado existe, pronto para entrar em cena. Positiva ou negativamente, o inusitado poderá nos marcar para sempre.
Era para ser uma aula normal, noite de calor, quinta-feira, 28 de setembro passado. Estudantes do quarto ano do Curso Técnico em Administração (profissional) tinham iniciado a apresentação para a turma. No momento, como nas atividades anteriores, foram orientados, a inteira responsabilidade da aula era deles. Minha tarefa, ser aluno, ainda que eles fossem alvo da avaliação. Os temas pesquisados às análises, apresentação e debate foram Discriminação; Preconceito e Estigma.
Apresentação em curso a energia do Colégio Estadual de Campo Mourão acaba. Tão rápida quanto à interrupção, os estudantes claramente expressaram o desejo de prosseguir com a aula e imediatamente acenderam a luz do celular, seguidos pelos demais da turma, igualmente interessados. Não fiz qualquer objeção, e, ao contrário, deixei-os à vontade para lecionarem. Já próximo do fim da primeira explanação, bate na porta o zeloso servidor Antônio Leite da Silva Neto que informa, provavelmente a luz não voltaria logo, um automóvel atingiu um poste, os alunos estão todos indo embora. Ainda assim, os estudantes optaram por exegese, sem interferência minha. O outro grupo teve igual iniciativa, se apresentou com ávido conhecimento, motivação e aplicação.
Alternando meu olhar à apresentação e para toda a sala, as luzes dos aparelhos móveis, o brilho nos olhos de todos os estudantes retratava luminosamente uma das grandes lições que aprendi como professor de Sociologia. Luz que faltara da COPEL foi substituída por aqueles celulares direcionados a clarear a aula e a assimilação.
A verdadeira luz, mais importante, que mais brilha fecunda, é a luz própria. Própria da mente e coração daqueles estudantes, a luminosidade linda que expressaram com saber que ampliaram com diversidade.
Luz, como a da vela a queimar é susceptível a brisa, poderá ser apagada. Mas é ela que induz e conduz o aprender a ficarem impregnados na memória e no fazer do saber. Enalteci todo aquele ambiente escolar, a grandeza e espiritualidade dos jovens se maravilhando e se descobrindo cada vez mais capazes.
A luz volta, faltavam poucos minutos a terminar a aula e ainda por insistência do primeiro grupo foi exibido um vídeo de curta duração.
Hoje é dia do Professor. Talvez nem fosse intenção registrar a data, que tantas vezes aqui escrevi. Tal narrativa foi uma lição, repito, que aprendi com eles, afinal – sobretudo em relação a mim – o verdadeiro professor é aquele que ao ensinar, antes tem que saber. Ao ensinar, aprende com a turma, com cada estudante, como foi o 4º BI. E se eles foram professores apenas por algumas aulas, em mim as marcas por ter aprendido muito com eles, serão sempre alvo da minha evocação, aqui com o devido registro.
O melhor caminho humano civilizado é ser autor e ator da direção ao se apropriar das grandes lições que acresce e cresce no hábito do aprendizado.
Fases de Fazer Frases
É mais sábio quem sabe e transmite a sabedoria para aprender.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Enquanto se considera a história mera referência ao passado, por enquanto desconheceremos o futuro que poderíamos melhor fazer.
Caixa Pós-Tal
Lindo e verdadeiro o texto homenagem a Campo Mourão. Obrigada pelas suas palavras, diz Ana Maria A. Oliveira, que se considera uma mourãoense legítima. Ana se refere à Coluna anterior, CAMPO MOURÃO, 70 ANOS DE VIBRAÇÃO.
Reminiscências em Preto e Branco
Veio a calhar à biografia do escritor Lima Barreto quanto aos 49 anos desta Tribuna, eis trecho sobre hierarquia nos jornais: O redator despreza o repórter, o repórter, o revisor; este por sua vez, o tipógrafo, o impressor, os caixeiros do balcão.