A mulher disfarçada de homem

       Que mulher é essa/  que não se cansa nunca,/  que não reclama nada/ que disfarça a dor?

         Que mulher é essa/ que contribui com tudo,/ que distribui afeto,/ tira espinhos do amor!
     Que mulher é essa/  de palavras leves,/ coração aberto,/ pronta a perdoar?
      Que mulher é essa?/  que sai do palco,/ ao terminar a peça,/ sem chorar!
      Essa mulher existe,/  sua doçura resiste,/ às dores da ingratidão,/

                                                resiste à saudade imensa,/ resiste ao trabalho forçado,/

                                                    resiste aos caminhos do não! Essa mulher é MÃE,/ 

                                                                       linda, como todas são

                                                      Que Mulher é Essa Ivone Boechat

            Ela desobedeceu o pai numa época que sociedade brasileira era patriarcal e machista. Gonçalo Alves de Almeida notou a falta da filha, ao procurá-la, ele nunca imaginou encontrar   alistada no Exército. Espanto maior: ela estava disfarçada de homem, ninguém desconfiou do então suposto soldado. O pai tentou trazê-la de volta para casa. A filha se recusou e foi apoiada pelo  major José Antônio da Silva e Castro, não por comiseração dele, e sim devido à bravura dela.

            Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher militar brasileira. Bainana nascida em Itapororocas, hoje Município de Feira de Santana, entre os anos 1792 e 1797. O idealismo libertário  de Maria Quitéria, sobretudo pela independência do Brasil, motivou a fugir de casa e se alistar. 

            A bravura não provêm da farda nem se originou do hábil manejo das armas. Foi marcante a fibra de guerreira, Maria Quitéria era feminista, lutou contra imposições do domínio masculino que relegava as mulheres a condição de subalternas. Teve a audácia por não curvar-se a esse jugo.    

            Aportuguesada, a palavra Quitéria, vem de Kythereia, da cidade grega de Cítera, sendo a deusa Afrodite da beleza e do sonho, o que correspondia à Maria Quitéria.

            Aos 10 anos a mãe morreu, e talvez tenha existido uma influência na educação e nos afazeres domésticos, Maria Quitéria não se interessou em aprender costura, bordados. Ainda menina se punha a discordar da inferioridade da mulher presente em qualquer grupo ou classe sociais.

            Maria Quitéria de Jesus por muito tempo esteve esquecida na história, até o dia 21 de agosto de 1853, o Ministério da Guerra ordenou que todas as unidades do Exército tivessem o nome dela. 

            Brasileiras, são muitas as bravas mulheres de faces e história conhecidas, ao mesmo tempo anônimas, disfarçadas pelas fardas masculinas da vida. É ela o homem da casa, suporte maior ou o único da família que comandam a tropa de casa em casa mesmo e fora dela.

            Mulheres que sonham e lutam por um mundo justo, fraterno. Não esmorecem devido à  indômita valentia. Graças a doce graça, sem amargar-se em amarguras. Não se enredam e não se se rendem diante das vicissitudes da vida.   

Fases de Fazer Frases (I)

             Cercar-se de todas as certezas é deixar escapar a ousadia.

Fases de Fazer Frases (II)

            O pior vazio é preenchido pela inutilidade.

Fases de Fazer Frases (III)

            Espero que a espera não se exaspere.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

            Mulheres brasileiras trabalham em média 18 horas por dia, três a mais do que homens. Dupla jornada, o salário delas é menor. Sem se abater, enfrentam tal discriminação com estudo, elas já têm em média quatro anos a mais de educação formal.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

            Ao comemorar o gol que fez, segundo na vitória do Paraná ante ao Coritiba, quarta passada,  Diego tira a camisa. Gesto comum no futebol, de desrespeito aos patrocinadores, sobretudo no instante em que serão feitos os maiores registros de imagens, bem no momento mais importante, a marca do patrocínio desaparece. Falta grave!                  

Caixa Pós-tal

            Do cascavelense José Geraldo Almeida, agradável é ler a sua Coluna e nem tanto por ter que esperar o próximo domingo, parabéns!

Reminiscências em Preto e Branco

            A Casa de Sinhá, é um Museu dedicado à mulher, em Castro, histórico município paranaense. Pertences, móveis, publicações, espaço repleto de história, vale a pena conhecer.

 

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Por José Eugênio Maciel | [email protected]