“A televisão matou a janela.”

“Se os fatos são contra mim, pior para os fatos”.
Nelson Rodrigues

O fato puro existe. Apurar o fato como ele é não tem despertado interesse,  curiosidade. Fato é acontecimento; evento, o que é real e deveria ser observado como tal, o que está diante dos olhos, palpável.

Tudo o que está em torno das pessoas, que se descortina, não tem a devida observação, pois as imagens das telas do computador, celular, cinema, tevê magnetizam e concentram todos os olhares.

Vemos e vamos vendo supondo que fazemos escolhas, dando preferência só para o que é posto, suposto diante dos olhos, e vamos rolando com os dedos com avidez e dispersão, indo e vindo, voltando, vendo tudo e não vendo nada.

No movimento de um sábado qualquer, comércio aberto, saboreio um pastel e tomo café, observando o movimento dos pedestres e carros. Alguns conhecidos aceno com a mão, cada qual seu itinerário. Vivencio comportamentos desse cotidiano.

Depois vou caminhando de vagar, com o meu vagar, contemplo pessoas e cenários reais. Gestos, vozes, movimentos, ruídos dos carros, balançar das folhas das árvores. O som das tacadas nas bolas do bilhar no bar, do portão sendo aberto, a música da publicidade.

Até que ponto a multidão é sem rosto definido e conhecido? Ela seria amorfa o tempo todo? É espelho coletivo mas que retrata o individual?

Assim como a frase, que abre o texto desta Coluna, o título também é dele, Nelson Rodrigues, jornalista e dramaturgo genial.

Fases de Fazer Frases (I)

Toda busca é um achado, mas nem todo achado é busca.

Fases de Fazer Frases (II)

Magistrados devem julgar a verdade sem condená-la.

Fases de Fazer Frases (III)

A paixão alimenta, o amor nutre.

Fases de Fazer Frases (IV)

Quem só vê com os próprios olhos só enxerga o que quer.

Fases de Fazer Frases (V)

Toda palavra é significado além dela.

Fases de Fazer Frases (VI)

Quem pisa em falso anda na mentira.

Fases de Fazer Frases (VII)

O lado sério pode não ter graça.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

Exatamente depois de três meses (10 de março), a balsa que enroscou na ponte sobre o Rio Ivaí, na rodovia que liga Campo Mourão-Maringá, BR 317, começou a ser retirada aos pedaços (recortada), não daria para içá-la inteira, a estrutura da ponte não aguentaria. O trabalho vai demorar mais do que o previsto, deve passar de uma semana. Se é certo, ou não, afirmar ter existido demora, o fato é que finalmente parte essencial do problema começou a ser resolvido.

O pilar da ponte está danificado e ela continuará interditada.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

No embalo da nota acima, se existiu demora, com certeza o tempo é enorme:  20 anos! Finalmente está no Diário Oficial da União, declara de “interesse social” para fins de desapropriação, da Fazenda São Paulo, em Barbosa Ferraz. 20 anos é o tempo das 70 famílias ocupando e produzindo lá. O Movimento dos Sem-Terra aguarda a desapropriação pelo INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Que não sejam outros 20 anos.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

Ilivaldo Duarte disse que não era mesmo para eu participar do programa dele, sábado passado, Tocando de Primeira. Seria para falar sobre o Dia da Mulher, quando diria da minha saudosa mãe, Elza Brisola Maciel, pioneira no rádio mourãoense. Mas eu estava incomunicável. Ilivaldo, ao dizer “que tudo tem um propósito”, dois convidados espontaneamente falaram de minha querida mãe. Gilmar Cardoso e Néu Garcia. O primeiro, poeta e escritor e o segundo, apresentador do Show News na Colmeia. Aos três eu agradeço as referências a dona Elza.

Farpas e Ferpas (I)

Diga-me com quem não andas e direi quem deixastes de ser.

Farpas e Ferpas (II)

Ser invejado é risco de ser alvejado.

Farpas e Ferpas (III)

Nem tudo que acontece, anoitece.

Sinal Amarelo (I)

Espere que a calma venha e não passe.

Sinal Amarelo (II)

O acho é a certeza do que não se sabe.

Trecho e Trecho

“Só se vê com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. [Antonie Saint-Exupéry].

“O maior martírio do coração é a incompletude da alma”. [Rafael dos Anjos].

Reminiscências em Preto e Branco

O passado não tem voz. É silêncio.

Não tem cronologia. É data.

O passado não retrata. É imagem.

Não tem segredos. É revelação.

O tempo não tem recordação. É memória.

José Eugênio Maciel | prof.jemaciel@gmail.com

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal