Apontar verdade com mentira é política?
Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os
malfeitores da vida pública mais querem.
Bertold Brecht
No restaurante em Maringá tinha muitas pessoas almoçando e parte delas assistia o noticiário. Ao começar o horário da propaganda eleitoral uma pessoa levanta, sai da mesa e rapidamente desliga o televisor:
– Ninguém merece esse bando de políticos mentirosos, ladrões! Democracia é ninguém ser obrigado a nada!
O desabafo dela foi intencional para que todos ouvissem.
Sem que eu e os demais fôssemos consultados, ela agiu como horário eleitoral, mas de negação à política. Repito palavras dela, democracia é ninguém ser obrigado a nada!.
Saboreio a deliciosa comida caseira e o estômago não iria engolir o discurso dela, ao mesmo tempo sem paladar para comentar, discordar. Mastigo e penso em silêncio sobre a atitude dela, ponho o sinal de interrogação no final da fala, obrigado a nada?
Sem pedir, sem consultar, ela agiu como fazem os políticos que condena, pois, ao desligar o televisor, se intitulou a representante de todos, todos do restaurante.
Não carece o mérito se no meu caso gostaria ou não de assistir a propaganda. Supondo expressar a vontade de todos, submeteu-nos à ação dela, desligar o televisor autoritariamente em nome da liberdade. A cada pleito cresce o número de votos nulos ou em branco, eles espelham repulsa e desinteresse políticos, mas, na prática, mais escamoteia do que promove a democracia.
A liberdade é indispensável ingrediente da democracia. A cidadania é eleições livres, que não começa, não acaba e não ocorre só quando votamos. Se não formos partícipes desde a escolha, preparo e nos descuidarmos das panelas, não adiantará reclamar do prato feito, queimado, cru, frio, sem ou com muito sal. Quanto maior o despreparo engoliremos nossa omissão, além das urnas.
Fases de Fazer Frases
Se for tudo fortuito o furto não é intuito?
Olhos, Vistos do Cotidiano(I)
A respeito da Coluna passada, registro e agradeço a manifestação dos leitores: ‘Seu Estefano Domanski vivia para a família. Ele contou-me que veio para Campo Mourão embaixo de um encerado, com o saudoso ‘seu’ Bruno Gehring. Do aposentado Fraterno Maria Nunes. Minha irmã Rosira B. Maciel observa, … e lá se vai mais um amigo do pai. Parabéns por mais um texto.
Belas e merecidas homenagens, meu caro Maciel. Só soube do sr. Osmar através da sua homenagem, dizeres do professor Odenir Apdo. Colchon Montezino.
Não conheço outra pessoa capaz de escrever tão bem para homenagear seres humanos que fizeram por merecer. É certo, professor Maciel, que, além das lembranças inesquecíveis dos que morrem, eternizadas nos seus textos, que confortam e dão a certeza que as pessoas boas não viveram em vão, escreveu Elisabete Carmem da Silva e Ramos, vendedora em Campo Mourão, ela anotou o trecho que considera especial, sobre sobre a morte do Osmar de Oliveira (o ‘tio da bexiga’): …virou balão, cheio de uma experiência de vida fabulosa, subiu para o céu azul, misturou-se as nuvens sob olhares agora tristes daquela meninada (…).
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
O senador Roberto Requião (PMDB), discursou e votou contra a cassação da presidente Dilma (PT). O senador anunciou a guerra civil, (mas) foi uma verdadeira guerra servil, escreveu o grande jornalista Luiz Geraldo Mazza, na Coluna dele, publicada (31) na Folha de Londrina.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Há mais de 35 anos informes publicitários inclusive do poder público local, propalavam: Campo Mourão – 120 mil habitantes. Muita gente sabia que naqueles anos 80 não tínhamos tal número de mourãenses. Gostaria que fosse verdade. Há tempos não sou mais menino e são 28 anos a escrever esta Coluna, e é meu desejo registrar o dia que chegarmos a 100 mil! Faltam menos de 7 mil, segundo o IBGE ao divulgar nova projeção. Levando em conta o aumento de 617 habitantes, será preciso 12 anos! Esperei 35 anos, terei paciência para esperar mais 12 e viver até lá…
Reminiscências em Preto e Branco (II)
31 de agosto morreu o ex-governador do Paraná (1975-1979) Jayme Canet Júnior, aos 91 anos. Destacou-se pela pavimentação de quatro mil quilômetros de estradas, com material de qualidade inferior e vias estreitas, apelidada de casca de ovo devido à baixa durabilidade, porém melhor que chão batido ou cascalho. São cinco ex-governadores vivos: Paulo Pimentel, Emílio Gomes, Álvaro Dias, Jaime Lerner e Roberto Requião.