É chapecó

A beleza não elimina a tragédia, mas a torna suportável.

Rubem Alves

Vida e morte, extremamente antagônicas.

O time que tem o nome do lugar, Chapecó estava no ápice de uma euforia futebolística.

Da extrema glória e prestes a elevar ainda mais, o oposto da vida é imposto, a morte trágica.

Quando sentimos que nada podemos fazer, é quando precisamos fazer o que sentimos, tudo.

Perceber que não iremos conter lágrimas, choraremos juntos.

Estado vizinho, Santa Catarina é irmã de nós paranaenses e do Rio Grande do Sul.

Brasileiros de todos os lugares, de imensos e pequenos brasis, irmanados na dor.

Sentimento do luto, a partida encerrada sem que começasse. A partida do futebol não jogada.

A partida para o infinito sem prorrogação.

Da escalação tantas vezes em campo, atletas que não estão mais no vestiário.

A vibrante torcida a gritar o nome do time, empunhada a bandeira, as cores da camisa.

Repentinamente tudo em queda, sem conseguir acreditar, sem aceitar a mudez fúnebre.

O minuto de silêncio jamais terá fim.

A catarse no sentido cultural de todos, de todo o mundo, endereçada a Chapecó.

O desejo de consolar, acolher manifestações, o pasmar do coração quebrantado.

É preciso o silêncio ruidosamente impreciso.

O sentimento, luto, morte funesta dos jogadores, profissionais de imprensa, seres humanos.

A memória revivida mais intensamente, perdas pessoais compreendidas mas sem explicação.

A imensidão do fim que enfim não somos capazes de dimensionar.

Fases de Fazer Frases (I)

Saberemos o hoje apenas amanhã? O ontem é sabido.

Fases de Fazer Frases (II)

Vi, és o viés a enviesar sem avisar.

Fases de Fazer Frases (III)

A restar o rastro a arrestar.

Fases de Fazer Frases (IV)

A pior miséria é a que será dividida.

Fases de Fazer Frases (V)

Nem carece se entregar as paixões, elas são a entrega.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

Ainda que amargas, tragédias são experiências que podem levar a um novo aprendizado. A manifestação solidária de times e jogadores de futebol, quando o sentimento uno servirá de reflexão e inspiração contra qualquer violência praticada entre torcedores do futebol, na rivalidade que é estúpida e sequer deveria existir. Mas aí está.

No Jornal O Globo, Nelson Mota sintetizou na Coluna dele (sexta passada) o momento da política brasileira, sobretudo a mutilação do projeto popular 10 Medidas contra a Corrupção: No Brasil os bandidos querem julgar os xerifes.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

O presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) finalmente se tornou réu. O STF – Supremo Tribunal Federal o enquadrou no crime de peculato. Povo brasileiro, nada de euforias, processos contra o senador se arrastam tanto e se enroscam por demais no tempo, próximo da década primeira, que outra década será necessária para condená-lo, tudo indica que a ação penal prescreverá.

A culpa não é só dos eleitores alagoanos que elegem o lacaio (e o filho dele, que é governador!). É também dos senadores que colocam Renan para presidir o Senado.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

Em meio a polêmicas da anunciada reforma previdenciária, os militares não serão afetados, pelo menos até agora. E para eles está um privilégio que foi sempre escandaloso, inadmissível e imoral. É que o militar que vai para a reserva passa a receber a aposentadoria. E quando ele morre e a mulher (pensionista) os benefícios não acabam se tiver filha, ela receberá o valor integral, desde que solteira. As filhas do militares não se casam, no papel. Quanto papel! Quanto papelão!

Reminiscências em Preto e Branco (I)

Perder-se no caminho do tempo quando é o tempo caminho percorrido.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

Candeia, luz do tempo antigo candente.