Ela de volta, escrevinhador também

“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”.
Rubem Alves

Estamos de volta. Ela e eu.

A última publicação desta Coluna foi em maio, intitulada Tem que ser hoje? Tem que ser agora? Sem desejar, o título se tornou alusão ao que estava e viria ocorrer com o escrevinhador, ainda sem perceber que o tempo voava e eu pudesse dar conta dele.

A falta da memória exata e a de concentração foi aparecendo, mas inicialmente eu não sentia. Quando me dei conta não cabia postergar, tinha e desejava consultar um médico. Antes comuniquei a Tribuna do Interior, deixaria de escrever a Coluna. Três meses sem dar as caras por aqui.

Não foi apenas a minha iniciativa, logo tive o diagnóstico médico que determinou a minha licença do trabalho. Como professor e por causa da medicação, estudantes notaram a fala “enrolada”, teve um que indagou, “o senhor tá chapado?”. Foram tranquilos e generosos comigo. Reconheci e fui me desculpando, fato que continuei a fazê-lo quando do meu regresso às aulas.

As licenças foram sendo pedidas e concedidas pelas perícias médicas. Agora em julho, por conta própria e risco meu, resolvi tentar retornar à sala de aula. Por enquanto o regresso foi positivo diante dos colegas de trabalho e pelos estudantes.

E estou às voltas com o escrever por aqui.

A Coluna tem algumas mudanças e acréscimos que o próprio caro leitor perceberá e que serão feitas menções neste sentido, como o título do conteúdo, agora não mais todo maiúsculo e sim o contrário.

E tem uma grandiosa novidade a caminho. O anúncio será na próxima edição.

Tratamento de saúde prossegue, tudo para compreender e agir ante ao reflexo pós covid-19, duas manchinhas brancas no cérebro que potencializam e desencadeiam descontrole, aumento da pressão arterial e do índice glicêmico.

A memória e a concentração foram e continuam voltadas para os cuidados médicos, retomando paulatinamente à vida normal.

Fases de Fazer Frases (I)
Quem semeia pensamento cultiva reflexão.

Fases de Fazer Frases (II)
Quem semeia conhecimento cultiva sabedoria.

Fases de Fazer Frases (III)
Quem semeia dúvida cultiva questionamento.

Fases de Fazer Frases (IV)
Quem semeia luz cultiva claridade.

Fases de Fazer Frases (V)
Quem semeia esperança cultiva novo dia.

Fases de Fazer Frases (VI)
Quem semeia vida cultiva humanidade.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Recentemente ao assistir uma missa da igreja matriz de Sarandi, tinha no telão o pedido para a contribuição dos fiéis católicos. A palavra dízimo estava grafada sem o acento, portanto, “dizimo”. Detalhe sem importância? Tem acentos ou a falta deles que significarão acentuadas diferenças. Nada a ver entre elas.

Sem acento, dizimo é verbo: eu dizimo, eles dizimam

A palavra latina dicimare é “matar um de cada vez”.

Evidentemente que dar o dízimo biblicamente é ofertar à igreja.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
A cultura popular no folclore bem nossa é destaque na novela Amor Perfeito. O menino órfão Marcelino é muito apegado ao boneco dele, o Saci-Perê. Belíssima a história que conta com tão belos personagens, Marcelino e o Saci. É uma boa ideia como sugestão presentear crianças com um boneco desses.

Farpas e Ferpas (I)
Engolem-se palavras por vontade própria.
Engolem-se palavras por imposição de outro.
Não ter próprias palavras e as apropriadas é ser engolido por elas.

Farpas e Ferpas (II)
Fácil dizer, eu daria tudo, quando não se tem nada.

Sinal Amarelo
Este subtítulo é reestreia, homenagem a um colunista deste Jornal, o saudoso Eloy Maciel. Colaborador desde a fundação, Sinal Amarelo era o título da Coluna dele. Sinal amarelo indica atenção, alerta, e no caso do conteúdo proposto, era o dilema, passar ou parar diante do sinal? Eloy objetivada a ponderação, reflexão.

Vale dizer, quem resolve passar no sinal amarelo não é multado, mas pode, com segurança parar o veículo.

Trecho e Trecho
O subtítulo acima estreia hoje.

Trecho é parte de algo, aqui terá o sentido literário, citar parte de uma letra musical, obra literária, ditados, provérbios. Trecho também é caminho, passagem, itinerário.

Então um Trecho leva a outro Trecho. Serão diretos, sem comentários. Como toda a Coluna, o caro leitor poderá fazer sugestões, fique à vontade.

Reminiscências em Preto e Branco
Parece não estar tão longe de desaparecer o sinal amarelo no Trânsito Brasileiro, haja vista o semáforo atual ser de tempo gradual como os de Campo Mourão e Goioerê. O que perdurará na memória será a história como cultura dos transeuntes e guias de veículos.

José Eugênio Maciel | [email protected]

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal