Ele cala fundo
“O silêncio é um amigo que nunca trai”
Confúcio
“O senhor tem o direito de permanecer calado”, expressão muito conhecida nos filmes, advertência comumente enfatizada nos Estados Unidos para evidenciar o quanto valorizam tal direito, parece ser bem maior do que a grandeza da estátua da liberdade.
No Brasil esse direito está preceituado na Constituição Federal, Artigo 5°, inciso 63 e no Código Penal. Antes de qualquer ato o juiz ou qualquer outra autoridade informa ao indigitado o direito de ficar calado. Apenas voluntariamente o brasileiro pode falar. Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Deixo de lado essa questão constitucional para escrever sobre outro o silêncio. E, de início, discordar frontalmente de um ditado popular usado e abusado que tenta comprometer ou incriminar para quem ele é alvo: “Quem cala consente”.
Ora, quem cala não diz nada!
O silêncio precisa ser praticado, valorizado, principalmente em um mundo no qual existe muito barulho, os ruídos existem de modos intensos, e não são isolados. Na verdade se somam, em casa, televisor, celular, o barulho da geladeira, máquina de lavar. Sons que vêm das ruas, carros, ônibus acelerando, buzinas.
Todo lugar, na escola, local de trabalho e até onde deveria existir silêncio… Hospitais e velórios… Que nada! A conversa corre solta… E quando alguém pede ou exige silêncio, tem muitos que não sentem vergonha.
Pausas de silêncio ocorrem na madrugada, principalmente como nas noites gélidas recentes, ninguém nas ruas, casas fechadas, até os cães ladram pouco, silêncios com ares de inocência, leveza.
Apenas um silêncio, o da morte, quando é eterno….
…
…
Faço aqui, caro leitor, silêncio, que você poderá até quebrá-lo. Mas, quem sabe seja bom, ao menos de vez em quando, ouvir o que o silêncio quer dizer, silêncio de cada um. O meu, antes de começar, cito a escritora Cecília Meireles, em Serenata:
“Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silêncio, e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo”.
Fases de Fazer Frases (I)
Queimar muitas etapas na vida é risco de incêndio.
Fases de Fazer Frases (II)
Devagar se vai ao longe. E divagar se pensa longe.
Fases de Fazer Frases (III)
Na calada da noite o frio causa calafrio. Frio que não se cala.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Embora amplamente noticiado, mas é preciso fazer, também aqui, o devido registro: Campo Mourão tem 103.340 habitantes, dados oficiais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Até então, tínhamos “batido na trave”, 99.432.
Se eu falasse, escrevendo agora, pareceria oportunismo, mas sempre acreditei que Campo Mourão tem mais de 100 mil habitantes, tendo como parâmetros os seguintes, o número de eleitores aptos a votarem é de 70.825. Crescimento de mais de cinco mil eleitores.
Outro dado, aliás com um número parecido, é o de automóveis, a frota total é de 79.516, dados oficiais do DETRAN/PARANÁ, referentes a janeiro deste ano. Certamente já ultrapassamos 80 mil veículos.
Farpas e Ferpas (I)
Quando a dúvida é uma certeza, a certeza não é dúvida.
Farpas e Ferpas (II)
Tem água cristalina que soube bem decantar, a deixar o ludo no fundo.
Sinal Amarelo (I)
Inventar uma mentira é mais fácil do que construir uma verdade.
Sinal Amarelo (II)
Quem fala a boca pequena, na real tem boca grande.
Trecho e Trecho
“A estupidez insiste sempre”. [Albert Camus].
“Quando ouço um disparo de espingarda tenho dó/ Por saber que na palhada está morrendo um Xororó/ Quando um gavião malvado vem chegando mansinho/ Atacando sem piedade,/ Atacando sem piedade, deixa viúvo o canarinho/ … [Chitãozinho & Xororó – Obras de Poeta – pássaros].
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Homens também usam tamancas, como em Portugal, mas aqui no Brasil são as mulheres que calçam, algumas é para não parecerem que são de estatura baixa.
Retomando a cultura lusitana, para citar um ditado que por aqui se fala muito: “subir nas tamancas”, referindo-se a alguém que reagindo com fúria. E como o calçado é pesado, arremessá-lo produz efeito maior.
Então, quem não se manca, pode levar uma tamanca. E ficar manco.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Não espere que tudo o tempo traga. Ele também traga a gente.
José Eugênio Maciel | [email protected]
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