Entre admirar e não concordar

Quando procuramos descobrir o melhor dos outros, de

algum modo mostramos o melhor de nós mesmos”.

William Arthur Ward

Depois de acomodado no banco com lenhas abaixo do acento, ele seleciona a melhor palha de milho. Com o canivete esticava e cortava um pedaço dela o suficiente para o cigarro. Apanha o fumo-de-corda em rolo, e na palma da mão picava cuidadosamente. O seu Ernesto distribuía o fumo na palha e enrolava. Um ritual. Pronto, a primeira tragada a fumaça já espanta os pernilongos.

O fumo artesanal, típica realidade do Brasil é tradição do conhecido cigarro de palha, desde a época que não existia o industrializado.

Seu Ernesto trabalhou por muitos anos na chácara dos meus saudosos pais Elza e Eloy. Eu admirava o rito daquela preparação até as primeiras tragadas. Entretanto, a minha observação nunca despertou em mim o desejo de querer fumar. Claro, a educação dos pais contou muito, não fumavam e condenavam o vício.

Desde menino, a minha admiração não me levou a concordar com aquela que pode ser chamada de arte, a elaboração do seu Ernesto do cigarro de “paia”. Para registro, ele morreu de câncer pulmonar.

O fato acima talvez ajude a refletirmos nossas conversas, o que postamos. E o que não falta é confusão entre o que se registra e se opina porque tem quem só considere coerente admirar como pressuposto em concordar e apoiar. Ora, uma pessoa pode ter uma religião e admirar outra completamente diferente ou mesmo contrária ao credo dela. Pode se admirar quem apenas crê na vida terrena, ou naquele convicto quanto a vida após a morte.

Para ser prático e independentemente da elucidação do STF – Supremo Tribunal Federal, que julgará e consequentemente definirá se deve, ou não, ter imagem de crucifixo nas salas de audiência e tribunais de júri. E vale apenas mencionar, grande parte das escolas públicas já não tem mais tal imagem nas salas. O se põe, ou deveria estar, a laicidade do Estado?

E este debate, será feito com paixão? Isenção? Partidária ou ideologicamente?

O escritor estadunidense William Arthur Ward, transcrito uma citação dele logo abaixo do título de hoje, proporciona esta reflexão: “Não julgue cada dia pela colheita que você obtém, mas pela semente que você planta”.

Fases de Fazer Frases (I)

Tudo pode ser posto de lado, menos a vida.

Fases de Fazer Frases (II)

O que me seja dado não importa. Importa se mereço.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

O poeta e amigo, mais do que longa data do que data longa, Gilmar Cardoso, primeiro prefeito da querida Farol, me enviou a imagem da dedicatória para ele, feita pelo prefeito de Curitiba Rafael Greca, na qual o autor transcreve o poema Guardar, de Antônio Cícero, que foi aqui transcrito integralmente no Artigo da semana retrasada e intitulado Quando a poesia é música, Antônio Cícero agora é saudade, homenagem ao escritor e poeta falecido.

Grato pela leitura, honra para mim, a gentileza por referenciar o texto, tanto o poema quanto a Coluna.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

No domingo a noite, portanto bem depois da realização da segunda e última etapa das provas do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, estava ainda sendo veiculado propaganda orientando os candidatos “a comparecerem ao local de prova” etc. Nem seria preciso dizer, há horas que o ENEM já tinha acabado! O nosso dinheiro utilizado indevidamente.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

“Sancionada lei da gratuidade de passagens intermunicipais a idosos”, texto da Agência Estadual de Notícias do governo do Paraná, publicado neste Jornal, quarta, 13. A matéria contém erro, não existe “sanção de lei”, pois a lei só é lei devido a sanção. O correto é a sanção do projeto de lei. Mesmo quando aprovado pelo legislativo, ainda assim é projeto de lei. Já foi escrito a respeito, aqui nesta Coluna.

Farpas e Ferpas (I)

Abrir mão não é o mesmo do que ser mão aberta.

Farpas e Ferpas (II)

Mais do que falar a verdade é preciso tê-la sem detê-la.

Farpas e Ferpas (III)

Nem sempre a aparência pode ser só aparência, ainda que pareça.

Farpas e Ferpas (IV)

Delicadeza rima com nobreza… E se falta, rima com pobreza.

Sinal Amarelo

Dúvida gera insegurança.

Insegurança leva à dúvida.

Não duvidar é também não estar seguro.

Trecho e Trecho

Quem comprar o que não precisa, venderá o que precisa”. [Provérbio árabe].

O maior erro que você pode cometer na vida é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum”. [Ebert Hubbard].

Reminiscências em Preto e Branco (I)

“Cochilou o cachimbo cai!” A propósito do texto que abre a Coluna hoje.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

A restauração da memória torna o passado novo de novo.

Reminiscências em Preto e Branco (III)

Direi se irei. Diria se não iria. Sem iras.

José Eugênio Maciel | prof.jemaciel@gmail.com

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal