Estadual, mais que um colégio (II)

E percorrendo esse ‘túnel do tempo’ constato que, na Campo Mourão pequenina de então, ainda quase uma vila, tivemos o privilégio de ter uma escola de qualidade ímpar e ainda hoje, melhor do que tudo que há por aí!!!

Maria do Desterro Brisola Maciel Barros – professora aposentada e ex-aluna

No domingo anterior, na primeira parte sobre os 60 anos do Colégio Estadual Campo Mourão foram lembrados professores ilustres que constituem a memória do mais tradicional estabelecimento de ensino da região e deste Município, fatos narrados entre tantos de inegável relevância, o fundador do então Ginásio, e o segundo diretor, respectivamente professores Ephigênio José Carneiro e Egydio Martello. No mesmo Artigo outros dois grandes mestres foram destacados, Nicon Kopko e Abelegy Alves, todos importantes, além da educação, no  desenvolvimento humano.

Lembra Maria do Desterro Brisola Maciel Barros, que foi estudante e obteve a formação do magistério, tornando-se professora e hoje aposentada, reside na Capital. Além da citação dela transcrita abaixo do título de hoje, com enorme satisfação ela se refere ao professor Hains Ravache, Professor Ravache nos levava ´pelo mundo com suas aulas de geografia e enfeitava nosso quadro com belas ‘faixas decorativas’ na suas aulas de desenho geométrico! Adorávamos!. O orgulho de ter Ravache como professor é compartilhado por outra ex-aluna do Colégio, aliás, como a professora Desterro se formou no Magistério, Maria Jurema de Souza (Matemática) orgulha-se de ser professora lá, declarou, O que sou hoje como pessoa e profissional é graças aos grandes professores que tive, entre eles tenho saudades do professor Ravache, ele tinha enorme conhecimento e grande autoridade. 

Hains Ravache sempre foi a própria cátedra, intelectual brilhante, sabia, de modo singular, que a didática era uma ciência, e que todo o professor não poderia limitar-se a conhecer a sua própria matéria, era preciso ter o conhecimento geral, que nele era vasto, diversificado. Foi sempre  respeitadíssimo entre os colegas, admirado pelos seus alunos e querido pelos pais.  

Quando o Colégio tinha apenas 11 anos de existência ela começou a trabalhar como agente educacional, 14 de abril de 1966. É a mais antiga funcionária e bem simboliza a história que é a dela também, afinal são 49 anos de esmerado trabalho! Neusa Pedroso de Souza acompanhou  várias e sucessivas turmas, de professores, dos funcionários ou das séries dos estudantes. A feição do seu rosto, simpatia e ternura, é imagem linda que espelha autenticamente o glorioso Estadual. A devoção pelo Colégio é mesclada com o sentimento familiar, ela é irmã do saudoso professor Negrevalti Pedroso, sem dúvida uma das pessoas mais lembradas em razão do vínculo fraterno com  o Estadual. Menino de origem humilde desde cedo teve que se virar, trabalhar para ganhar honestamente o pão, ajudando a família. Estudou no Colégio a partir de 1967 e no ano seguinte, quando inaugurado o prédio novo, começou a trabalhar na cantina. A mãe deles Aparecida A. Botari fazia os salgadinhos.

Ao terminar o colegial em 1971, o desejo do Negrevalti era prosseguir os estudos. Cursou Matemática em Mandaguari, a distância e as poucas horas de sono representavam o grande desafio, encarado com tenacidade. Fez pós graduação em 1999, e nesse transcorrer do tempo, o então estudante tornou-se professor. A sala de aula, embora ambiente adequado, Negrevalti tinha a concepção do educador que ensina, mais do que a aritmética, educa para vida. E a lembrança vívida é do instrutor no comando da fanfarra, bem  ensaiada, atração dos desfiles, espetáculos dos músicos. Problemas ante à falta de saúde culminaram na morte dele em 2002. É a grande saudade de todos. Qualquer referência ao Colégio incluirá Negrevalti, exemplo digno, inesquecível.         

Fases de Fazer Frases

Ninguém nasce sabendo. Ao saber é que nasce alguém.

Olhos, Vistos do Cotidiano

A operação Lava a Jato chega aos 500 dias. Foram recuperados 870 milhões de reais, fortuna roubada que voltou para os cofres da Petrobras. Existem 2,4 bilhões bloqueados. Foram feitas 96 prisões. É o maior caso de corrupção em toda a história brasileira.

Reminiscências em Preto e Branco

Na parede da sala dos professores do Colégio Estadual Campo Mourão tem uma placa de bronze alusiva a inauguração do prédio em 1968, pelo então governador Paulo Pimentel. O espaço ampliado do prédio, antes era área livre, daí a impressão que a placa foi fixada em local inadequado.