Mais nada é tudo ou meno

“Capacidade de saber cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo sobre nada”.
Millôr Fernandes

    Sendo o avesso o contrário, pode ser o ponto de partida:
    Da vida para – e não – chegar à morte.
    Saída de um lugar – de nenhum – alcançar o (o)posto local. 
    Do silêncio – a mudez – para o som.
    Mentira – das trevas – à verdade clara.
    Dos amores retribuídos – reais – aos desdéns. 
    Dias cotidianos – calendário – cronológicos ilógicos.
    Das perdas – sem sentir – às buscas.
    Caminhos – arrastados – nas pegadas sem rumo. 
    Dos remotos conceitos – antecipados – dissipados preceitos.
    Insaciável fome – gula – à miséria do prato vazio.
    Do inteiro – de fragmentos – sem importar divisões.
    A pureza – filtros carregados – nem tão cristalina.
    Do incorrigível – legível – à gramática de linhas tortas. 
    O ver – sem enxergar – visão imaginária.
    Da recusa – que não se usa – ao que se acusa.
    Imenso – minúsculo – universo.       
    Deste texto – nu de conteúdo – para todos – sem leitor algum.

Fases de Fazer Frases (I)
    Apostar no futuro é menos arriscado no passado. 

Fases de Fazer Frases (II)
    Confidência, estado de necessidade do segredo. 

Fases de Fazer Frases (III)
    Fracasso interno é segredo externo.     

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    “Campo Mourão vive o pior momento da pandemia, declarou o secretário municipal da saúde Sérgio Henrique Santos. “Números do Covid-19 na região são críticos, alerta a Regional de Saúde”, segundo o chefe Eurivelton Wagner Siqueira, noticiou este Jornal, dias 11 e sete, respectivamente. Também no dia hoje – na página virtual, terça-feira anterior, “Lar dos Velhinhos registra a 10ª morte por Covid-19, 22º óbito em Campo Mourão”.
    Mas o que levou urubus, corvos e demais aves de rapina a comentários nas redes sociais se relaciona o que foi noticiado também por outros veículos de comunicação, as multas aplicadas pela Fiscalização da Prefeitura, ao não informar quem e quais os estabelecimentos multados. Críticas alegam perseguição/privilégios quanto a quem estaria ao lado ou contrário à Administração local. A denúncia é grave cabível sim de apuração. Mas o que chama a atenção é a exploração do fato, eleitoreira e humanamente insensível, quando ignora as mortes e o perigo à solta do vírus.  

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    Enquanto não ocorre a justa inclusão social, ações públicas ou privadas e notadamente aquelas permanentes tanto na iniciativa quanto nos resultados, merecem destacada menção. É o caso das caixas d1água que começaram a ser distribuídas em Curitiba e Região Metropolitana – pela Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná – paras as famílias que se enquadram na tarifa social. A ação é devido ao rodízio no abastecimento. Na estiagem, casas sem caixa – não estocam água para uso racional.  

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
    A ação da Sanepar – noticiada no subtítulo acima – lembra de outra também de grande alcance social, encetada pela Itaipu – binacional para a região Oeste do Paraná, que distribuiu gratuitamente refrigeradores para as famílias de baixa ou sem renda, recolhendo, velhos aparelhos domésticos que consumiam muita energia, geradores de inadimplência.           

Farpas e Ferpas (I)
    É sacro todo sacrifício? Sacrifício é o ofício do sacro?

Farpas e Ferpas (II)
    Culpemos todos uns aos outros e seremos todos (ir) responsáveis.  

Farpas e Ferpas (III)
    O saber não tem limites. A ignorância tem?

Farpas e Ferpas (IV)
    O limite do saber é a ignorância. Uma sabe da outra?

Farpas e Ferpas (V)
    Crer na paz é o de menos. Não crer na guerra é demais.

Farpas e Ferpas (VI)
    Almas doutro mundo? Existe outro?

Farpas e Ferpas (VII)
    O que ficará para a história? A história!

Reminiscências em Preto e Branco
    Não deixe tudo por conta do relógio. Ele só aponta, não faz horas.

José Eugênio Maciel | [email protected]