Morreu do quê?
“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos.
Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e
assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que
o homem tem medo de desvendar até a si próprio….”
Fiódor Dostoiévski
Eles tiveram em comum o fato de não revelar a causa da própria morte, e a última vontade foi cumprida, respeitada. Jô Soares tinha 85 anos e morreu no dia cinco de agosto deste ano. A Gal Costa, 77 anos, foi no último dia nove. Mais exemplos não faltariam, de pessoas que estabeleceram sigilo sobre a causa da morte.
Não é cabível questionar tal direito. Porém, se pode refletir sobre esse fato intrincado como segredo, mas sem pretender desvendá-lo e sim considerar a condição de serem pessoas famosas, que tinham uma vasta vida pública. Além do segredo se situa o motivo, que seria específico, relacionado a condição determinante da morte.
Outra situação que comumente não se revela o real motivo da morte, é quando a pessoa morta não tenha feito qualquer menção para esconder a real causa do fim da vida dela, o suicídio. E o oposto também é comum, para chamar a atenção de todos ou pessoas em específico, põe fim a própria vida.
Existe um protocolo dos meios de comunicação, o de não divulgar tal informação, uma vez que muitas pessoas com ideação do suicídio se sentem compelidas ou estimuladas a também tirar a vida. A exceção para noticiar é quando se trata de pessoas famosas, consequentemente figuras públicas. Convém salientar, o suicídio é desencadeado por pessoas que tinham históricos de depressão, distúrbios mentais, psicológicos e de natureza social, como a fobia. Muitas foram salvas ou foram encontradas sem vida, nas circunstâncias caracterizadas em busca de socorro.
Campo Mourão tem uma média de um suicídio por semana, embora muitos não chegam a fazer parte da estatística. O motivo da não divulgação é em respeito a família do suicida, ela que, por mais que existam evidências em contrário, familiares têm enorme sentimento de culpa, inclusive por não evitarem desfecho fúnebre.
Fases de Fazer Frases (I)
O átimo é ótimo, ambos íntimos e atinados.
Fases de Fazer Frases (II)
Não ter palavras a falar não é o mesmo que não tê-las a meditar.
Fases de Fazer Frases (III)
Tudo tem nome: é só achá-lo.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
“ATENÇÃO!” “Só emitimos nota fiscal no valor da despesa”. É o que está escrito no aviso de um restaurante de Campo Mourão. Confesso, faz tempo que não via tais dizeres, colocados em cartaz. Nada de errado por parte do estabelecimento comercial. O que é um enorme erro é quem pretende ter uma nota fiscal, recibo, com valor maior do que a despesa. Se trata mesmo de má-fé por parte de quem deseja enganar e tirar vantagem indevida.
Não me surpreenderia se o mesmo indivíduo pretenso a uma nota fiscal com valor a mais em relação a despesa, que pessoas desta caterva costumam insuflar contra a corrupção na política, mas agindo com vileza.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
O PIB – Produto Interno Bruto do Paraná agora é o quarto maior do Brasil, 487,93 bilhões de reais, segundo o IBGE, dados de 2020. Antes a posição era ocupada pelo Rio Grande do Sul, agora o quinto.
As maiores economias são na seguinte ordem: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Depois do Paraná os dois estados em termos de PIB são do Sul, o Rio Grande (5°) e Santa Catarina (6º). Do Nordeste quem lidera naquela região é a Bahia, que ocupa a 7ª posição em nível nacional.
Farpas e Ferpas (I)
Na miudeza da vida, nada é moleza, nada é dureza.
Farpas e Ferpas (II)
Se pergunta não pode ficar sem resposta, resposta pode não achar pergunta?
Farpas e Ferpas (III)
Não confundamos: o delegado degolado com o delgado galado.
Farpas e Ferpas (IV)
Não confundamos: latente com lá tente.
Reminiscências em Preto e Branco – Boldrin, o caipira artista – (I)
A necessidade e disposição para o trabalho vieram antes dos 16 anos, sapateiro, frentista, carregador, garção e auxiliar de farmacêutico, ainda no município paulista onde nasceu, São Joaquim da Barra.
Desde menino tocava viola, aos 12 formou a dupla Boy e Formiga, sucesso na rádio local. Com a referida idade pegou carona em um caminhão e desembarcou onde queria, São Paulo, capital. Rolando Boldrim fora um artista popular completo, cantava, compunha, ator em cena na televisão, teatro, cinema e apresentador.
Foi um grande, riquíssimo divulgador e cultor da cultura brasileira, com uma capacidade de comunicação singular, especialmente como apresentador, contador de causos. Eliminou distâncias e preconceitos, promoveu a cultura caipira através das duplas e cantores da moda. Levava a reflexão ao contar os causos, ao que era hilário e com mensagens que eram verdadeiras lições de vida.
Neste ano a TV Cultura homenageou, em grande estilo, o ator pelos 85 anos de vida, através do documentário intitulado “Eu, A Viola e Deus”
Com 86 anos, devido à insuficiência respiratória e renal, tornou-se saudade desde o último dia nove de novembro.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Se a vida é longa, logo se prolonga.
José Eugênio Maciel | [email protected]