O Gazin do Mário, força criadora
“Dai, Senhor, que minha humildade seja como a chuva desejada caindo mansa,
longa noite escura numa terra sedenta e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós, minha cama estreita,
(….)
E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de
taipa, e acender, eu mesma, o fogo alegre da minha
casa na manhã de um novo dia que começa”.
Humildade – Cora Coralina
A vida do Mário Gazin se origina e se mantém em toda a trajetória de êxito, notavelmente alicerçada no começo humilde, quando apenas o labor era o meio de sonhar, antever pela pertinácia, transpor ou desviar barreiras humanas ou materiais.
Quem aprecia biografia e a de brasileiros que de fato tem o que dizer, ensinar e inspirar, deve ler o livro Mário Gazin, contada por Elias Awad. Foi em outubro do ano passado que li, deixei-o entre aqueles que não vão diretamente para a estante, ficam no aguardo de alguma iniciativa, agora o de comentar e recomendar a leitura.
As oportunidades, que apareciam e sobretudo as que ele buscava, não se limitavam ao fazer o que estritamente era determinado. É ilustrador quando trabalhou em uma padaria, aprendeu a fazer pão salgado, atendendo mais e melhor a clientela. Foi garçom, sapateiro, serviços gerais.
A labuta ele já encarava desde os cinco anos, sempre com enorme disposição em agir, aprender. Nada para ele era recusável.
Evidentemente não contarei nenhum fato por inteiro, e sim “por alto”, algumas passagens, que, aliás, não dispensam a leitura completa.
Descarregar caminhão é com ele mesmo, faz isso hoje, quando não perde a ocasião de auxiliar o trabalho de um funcionário ou de uma empresa que esteja fazendo entrega.
A vida é uma escola e ele é um atento aluno, aprendiz que vai além das lições que lhes são transmitidas.
Como e quando comprou a primeira loja, os meios que dispôs, a ousadia e a confiança. O livro é entremeado de aspectos familiares, e, para exemplificar, o fato de fugir de kombi para se casar com “a moça linda de 17 anos”.
O sonho de ser dono do que edificou se concretizou por saber enfrentar e bem vencer desafios, problemas, como a de ter crédito para grandes compras, planos econômicos e seus respectivos governos, são analisados por ele. Tem a boleia, ele próprio dirigindo para buscar mercadorias, dormindo ao lado do caminhão no chão da estrada, até chegar a grande frota, caminhões modernos e equipados.
Amealhar e cultivar com mestria uma legião de amigos, a começar pelos próprios funcionários, clientes e até concorrentes, sempre com bom humor, Valorizar família, a dar oportunidades de trabalho e crescimento, e de fazer visitas inesperadas.
“Mais importante para um empresário não é usar e sim ter crédito!” , uma de suas máximas. Outra concepção empresarial que demonstra o seu tino comercial, o fato de considerar cada empresa com tendo o seu traço cultural, devido ao local onde ela estará estabelecida, com o perfil do consumidor, cliente. Mais especificamente, Mário leva tal consideração desde o momento em que se prepara para abrir uma nova loja. E por isso que viaja muito, Brasil e mundo afora, conhecendo gente e lugares. E é assim que premia funcionários para também viajarem.
É absolutamente coincidência o fato de separar o livro e escrever agora, pois dia 13 de dezembro a Gazin completa 58 anos de existência, sendo uma das maiores e altamente conceituadas redes do comércio brasileiro.
Fases de Fazer Frases (I)
Vida menor é ter costume, maior é ter hábito.
Fases de Fazer Frases (II)
Esquecimento é a forma mais segura de guardar segredo.
Fases de Fazer Frases (III)
A estima é um valor incalculável.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
A diplomação dos eleitos acontecerá em todo o Brasil em dezembro. Candidatos que interpuseram recursos aguardarão julgamento, assim como quem têm que se defender.
O ideal que todos os recursos fossem julgados, em todas as instâncias, pois a diplomação deveria ter um caráter, mais do que formal, o da formalidade legítima. Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Terminou dia cinco o prazo para os eleitores justificarem a ausência nas urnas. No Paraná mais de um milhão deixaram de votar. O curioso é que apenas 1.318 apresentaram a justificativa até o momento no último dia do prazo. Talvez não tenham um milhão de desculpas.
Farpas e Ferpas
Quem pode merecer segunda chance, ainda que tenha desperdiçado a primeira?
Sinal Amarelo
Aprende mais quem ensina.
Trecho e Trecho
“Quem mata o tempo não é um assassino: é um suicida”. [Millôr Fernandes].
“O trabalho poupa-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade”. [Voltaire].
Reminiscências em Preto e Branco (I)
O passado não volta mais. Mas é no presente que cabe interpretá-lo.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Na tardança na vida deve-se multiplicar amigos, sem dividi-los.
José Eugênio Maciel | [email protected]
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