O oculto colunista da Tribuna
Existem certas ocasiões em que um homem tem de revelar metade
do seu segredo para manter oculto o resto
Philip Dormer Stanyope
Não tem como deixar de observar quanto ao começo do título: O Oculto (…). Para evitar quem estiver desatento e entenda: O culto, seria grande engano. Não é culto o oculto em questão.
Ele não é visto nos eventos sociais. Pouco sai às ruas. Mora em uma casa, com janelas imensas e através delas vê-se pouco o que tem lá dentro. Porém, o que é enxergado suscita curiosidades, grandes estantes repletas de livros. O homem que mora lá, sozinho, contempla o que se passa a partir da casa dele em Campo Mourão.. Ele parece adivinhar circunstâncias nas quais poucos poderão vê-lo.
Na sexta-feira ou rarissimamente no sábado, vem alguém pegar um envelope contendo o texto a ser publicado no domingo. Eles se cumprimentam e o rapaz do Jornal Tribuna do Interior não demora, vai embora. É misterioso e instigante, já imaginou alguém roubar o envelope?.
O oculto colunista é um senhor com poucos cabelos, maioria brancos, óculos grossos, muito sério e não causa boa impressão na primeira vez. Mas ele tem bom humor, dá gargalhadas.
Alguns da redação da Tribuna já sabem da narração acima. Faltava compartilhar com o caro leitor. Não é invenção, a história engraçada ocorreu há alguns anos. Eu estava no fórum de Pitanga com um cliente e, como advogado, concluída a audiência, estivemos no cartório cível para a feitura de um documento. A pessoa que digitava me indagou se o meu nome estava correto: José Eugênio Maciel?, então respondi, sim.
Ao ouvir o meu nome, um senhor começou a falar que era uma coincidência. Ele se referia ao fato do escrevinhador ter o mesmo nome do colunista do Jornal Tribuna do Interior, enfatizou convictamente. Inicialmente pensei que ele estava brincando e abri um sorriso. Mas logo percebi que ele falava sério. Sem me dar chance de explicar, pois pretendia dizer-lhe que sou eu o próprio José Eugênio Maciel, mas o cidadão tinha certeza, você é filho ou neto do colunista?!.
Aquele diálogo, relato preciso, me foi muito divertido, com tamanha propriedade principalmente perante os demais que ouviam sobre o colunista oculto da Tribuna’. Nem tudo foi imaginação, o cidadão disse ser leitor assíduo deste espaço e mencionou muitos textos, como as homenagens as pessoas falecidas, rememorou um especificamente, o Fantasma de Pitanga.
Uma questão para ele misteriosa, como o bom escritor é bem informado, só de olhar tudo pela janela?. Ele, ao me achar um homem velho, para esbanjar tanto conhecimento e por mais que ele estude, é claro que tem uma enorme vivência, ponderou o pitanguense.
Mande lembranças para o colunista, disse-me ele no exato instante em que eu lia atentamente o documento para assiná-lo, enquanto o homem desaparecia dali tão efemeramente quanto tinha surgido.
Só não sei se as lembranças eram endereçadas ao meu avô ou para o meu pai. Para para mim é que não eram, dada a certeza dele.
Fases de Fazer Frases (I)
Mesmo que nada seja dito, a resposta nem sempre é o silêncio.
Fases de Fazer Frases (II)
Nada sobra do que soçobra.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Proibido sexo aqui. Sujeito a prisão, escrito numa placa improvisada pelos moradores do Bairro Ronda, cansados de presenciarem relações íntimas e públicas no local. A advertência está dando certo; a rua fica próximo da prefeitura, fatos que chamam a atenção. De propósito ficou para o final dizer a cidade, já que o tema é sexo: Ponta Grossa!
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Época de pagar impostos é comum a escrita ou a fala: em parcela única, como na página virtual do governo do Paraná: IPVA – 2015 – parcela única com 3 % de desconto. Se é única, não cabe a palavra parcelada? Frisa-se o óbvio, quem pagar de uma única vez não parcela nada!
Reminiscências em Preto e Branco
Velhos mais velhos estão com o tempo. Com ou sem tempo eles envelhecem.