O que o povo quer, escolher ou ser escolhido?
“Nunca se pode tentar fugir de um inconveniente sem esbarrar em outro.
Todavia, a prudência consiste em saber distinguir as qualidades
dos inconvenientes e tomar o menos ruim por bom”.
Nicolau Machiavel
Atentamente a senhora vai pegando um a um dos muitos potes de maionese, lê rótulos, parece meditar. Ainda não satisfeita, indaga um funcionário do mercado sobre uma determinada marca e quanto a outro tipo de embalagem.
Na rua, uma moça gentilmente entrega propaganda para um senhor. Ele rapidamente parece só olhar para a foto, em seguida guarda no bolso da calça. Arrisco a dizer, sequer leu o nome do candidato sorridente que pedia voto. Aquele senhor deixou para mais tarde examinar o “santinho”?
Tinha me decidido escrever algo relacionado com as eleições municipais. Porém, sem ter a menor ideia quanto a abordagem.
O tema ficou resolvido a partir das duas cenas que presenciei, acima descrita.
Os dois fatos têm em comum o pleito municipal. Mas o comportamento da senhora no supermercado e o do senhor que recebe uma propaganda, servem para uma rápida reflexão.
A senhora lê rótulos, examina embalagens, obtém informações, pede auxílio, pensa antes de tomar a decisão de levar o produto escolhido. Que aquela senhora, e todos nós como verdadeiros cidadãos, possamos analisar com critérios antes de se decidir quem deve merecer o nosso voto para vereador e prefeito.
O senhora pareceu não estar disposto a se informar mais, ler o que o candidato pretende caso seja eleito. Ao olhar para a foto, pode dar a entender que a imagem já basta para escolher aquele ou outro pretendente ao cargo no executivo e no legislativo. Basta a imagem do rótulo, se fato resolver votar.
Cotidianamente fazemos uma série de escolhas, temos que tomar decisões, alguns corriqueiras e que são automáticas. Mas quando medimos as possíveis consequências, então pesamos os prós e contras.
E sobre motivações e critérios, candidatos – e não apenas nestas eleições que se avizinha – são pragmáticos, falam o que o povo deseja ouvir, o que provém da chamada opinião pública e até mesmo a manifestação da massa.
Se as pesquisas são mais comuns e evidentes em ano eleitoral, governos e empresas se valem delas constantemente. Um mundo de dados estatísticos a respeito do comportamento das pessoas, as preferências delas são dados importantíssimos para vender qualquer produto. Sim, tem também manipulações ou mostrar/esconder o que for de determinado interesse.
Principalmente para vereador, uma imensa prateleira repleta de mercadoria está à disposição do eleitorado, façamos as nossas escolhas. É possível tanto marcas de conceito como produtos com prazo de validade vencido ou próxima disso. É cada um que fará a escolha que quiser.
Fases de Fazer Frases (I)
Liberdade maior é pensamento sem juízo.
Fases de Fazer Frases (II)
O futuro inesperado é ontem.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
“Acesso Deficiente”, escrito em uma placa, com uma seta indicativa. A placa está fixada no prédio da Receita Federal em São Francisco do Sul, bela e histórica cidade catarinense.
O risco de economizar palavras leva a erro. Afinal, não é o acesso “deficiente”, mas sim o acesso para deficiente.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Um erro antigo de outras eleições, mas neste pleito diminuiu bastante, mas ainda tem. Em viagem, ouço a propaganda de uma emissora de Ivaiporã. O locutor informa, “os candidatos a vereadores”.
Embora câmara seja de vereadores, e existam candidatos, o certo é: candidatos a vereador. Cada candidato é para uma vaga, ainda que existam mais de uma.
Farpas e Ferpas (I)
A correnteza mais perigosa é a profunda.
Farpas e Ferpas (II)
Azar é desconfiar da própria sorte que não tem.
Sinal Amarelo (I)
Conte um segredo e ele não estará mais em sigilo.
Sinal Amarelo (II)
Conte uma mentira e precisará de outra para sustentá-la.
Trecho e Trecho
“Não discuto com o destino. O que pintar eu assino”. [Paulo Leminski].
“Liberdade na vida é ter um amor para se prender”. [Fabrício Carpinejar].
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Tem humor que vai perdendo a graça e sentido por causa de mudanças. Exemplo: “O senhor é a favor do sexo na televisão?” – Indaga a pesquisadora. A resposta: “Não sou contra, mas acho que a antena atrapalha”.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
E aproveitando a nota acima, tem outra aqui já escrita, mas cabe rememorar.
“Urna e mulher grávida, só se sabe o que virá, depois de aberta”. A urna é eletrônica há 25 anos e o ultrassom foi inventado em 1949.
Reminiscências em Preto e Branco (III)
Em tempo de eleições cabe o antigo ditado, tanto para eleitores quanto para candidatos: “Cochilou, o cachimbo cai”.
José Eugênio Maciel | [email protected]
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