Tanque vazio, botijão também
Aprender é fazer melhor a mesma lição.
Estive Nólocal (b.d.C)
A luz vermelha no painel do carro, o símbolo é a bomba de combustível de um posto, começa a piscar, pouco antes de eu chegar para lecionar no Colégio Estadual Campo Mourão. Terminadas as aulas noturnas, a temperadora fria continua a cair. Eu, com o desejo de chegar em casa, já próximo dela, o motor do carro deixa de funcionar repentinamente. Na ilusão, bem vã, tento ligar. O único sinal que agora parecia desesperado a me desesperar era aquele mesmo do tanque desenhado no painel.
A minha sorte, falta percorrer duas ruas, uma suave descida permite embalar o carro. É o que faço. Aciono o portão eletrônico, mas tenho que agora conter o embalo (já não se fala mais em soltar na banguela, mas quem tem a minha idade ou mais, conhece a expressão). Portão aberto, o carro próximo, não tinha como empurrá-lo sozinho, é muito peso, (claro, a contar com o meu peso também!). Então passo a virar a chave na ignição com a marcha engatada, o carro vai avançando com os sucessivos solavancos, uma, duas e na terceira vez está na cagarem, o suficiente para acionar o portão e me esconder do frio.
Na manhã seguinte sigo para o trabalho a apé, só dois quilômetros. Não poderia achar ruim nem reclamei de nada. Tive grande sorte, estava perto de casa e fui avisado pelo painel que o combustível estava no mico e depois nem isso!
Depois de ter regressado do trabalho com o galão, imediatamente coloco o combustível, problema resolvido. Sequer entro em casa e sou informado pela diarista que acabou o gás. O botijão vazio não deu para fazer o almoço.
Foram dois pequenos incômodos, mas tudo voltou a normalidade. Foi só rotina que momentaneamente deixou de existir, gerando desconforto por ter me tirado da acomodação.
E carregar um galão com cinco litros não é nada, ao menos comparado com o peso de um botijão ainda que vazio. Haja combustível, ou melhor, energia!
Fases de Fazer Frases (I)
Vendaval levanta alto a folha seca. Vento passa, ela cai suave com a brisa, sopro da vida.
Fases de Fazer Frases (II)
O saber é uma questão de conhecimento e tempo. A ignorância sem tempo é uma questão desconhecida.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Os pais serão responsabilizados pelos menores de idade que tiverem utilizando patinetes motorizados nas vias públicas de Campo Mourão. O Pelotão de Trânsito deixa claro, não irá tolerar o desrespeito à lei. A ação tem respaldo do Ministério Público.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Ainda sobre o trânsito mourãoense e ainda quanto aos motoristas que atropelam e fogem sem prestar socorro. Na semana anterior mais uma vítima ficou estirada no asfalto, abandonada, fato a constar na estatística que já passou da hora de frear a tempo de conter tal omissão.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Não é caso de fazer menção aqueles que já admitem disputar as eleições para prefeito no ano que vem. Na região, dois ex-prefeitos anunciaram a intenção de ocuparem o cargo novamente, conforme noticiou esta Tribuna. E os atuais prefeitos é provável que tentarão a reeleição. É ingênua a observação para ambas as situações: se não todos, grande parte deles reclama aos quatro ventos que governar o município é sofrido, desgastante. Porém demonstram não querer largar o osso, sobretudo entregá-lo para adversários. Largado o osso não fica!
Reminiscências em Preto e Branco
A vida é feita de música. Campo Mourão é cidade tocada pela melodia da Banda Municipal. Nelas historicamente contaram com um intérprete magistralmente melodioso, dono de uma alegria singular, simpática, envolvente, o popular Juarez da Banda, nossa, dele. Domingo passado a última retreta, do adeus. Ele se foi aos 81 anos. A vida de Etevaldo dos Santos foi retratada nesta Coluna, quando se aposentou como servidor municipal na década de 90.
Pioneiro e patriarca de uma família numerosa, foi o tocador da zabumba, maestro popular ao volante como motorista da secretaria da educação, sorriso largo, nele a sonora gargalhada, a alma cativante.