Tiver que inventar a esperança
Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor, só nos resta aprender
Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Palavras podem preencher o vazio. Mas elas não podem ser vazias.
Sei que levarei uma vida inteira para compreender, e é possível que ainda não venha, a saber.
Linda. Profunda. Não me canso de ouvir, ler a composição de Ronaldo Bastos e Beto Guedes, que a interpreta. O que me intriga: a lição sabemos de cor, só nos resta aprender.
Intriga-me. Entrego-me a ela. E a entrego a quem quiser refletir: todo o ser humano tem uma lição herdada ou criada por ele mesmo. Só nos resta aprender.
Sempre e muito mais o aprendizado nunca basta, mas é resto. No meu caso é resto que me arrasta. Mas eu, sem contrariar a letra, não consigo decorar, ainda que saiba a lição.
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção (…) Caso em invente uma nova canção, o certo é que não saberei interpretá-la.
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho: Não se chorei primeiro e depois me perdi no caminho. A chorar ou perdido sinto que prossigo a caminhar. Sem saber a direção. Parado não estou! Ainda que carregado pelos outros e pelo tempo.
Deixando-a de lado por um instante e para que minhas palavras vazias não se esvaziem totalmente no nada, transcrevo, para encerrar, dois grandes baianos, brasileiros que tanta falta fazem hoje e que dispensa apresentações. Por serem amigos, eis o que escreveu Jorge Amado sobre Dorival Caymmi:
Juntos, andamos um bom bocado de caminho; juntos, criamos alguma coisa; juntos, começamos a envelhecer. Juntos, fizemos teatro, cinema, tratamos o livro e a partitura, tocamos a vida e o amor. Amizade de toda a vida.
Fases de Fazer Frases
Ando carregando o que não posso (ou quis?) levar mais.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Material escolar, corretamente está escrito numa faixa no centro de Campo Mourão, propaganda da nossa tradicional Livraria Roma. Absolutamente correto. Lição que já poderia ser assimilada pelos estabelecimentos que comercializam material de construção. Erram quando se expressam materiais. Material é conjunto, é plural. Mas o povo falaram ou escrevem assim…
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Hoje escrevo inteiramente à vontade, por ter a sensação de não ser lido, ignorado, das minhas palavras não causarem danos a ninguém e a nada. Só quem ler terá a certeza que estou de ótimo humor. Sem ironias.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
A atriz Luana Piovani irá novamente posar numa para a Revista Playboy. Sobre o novo ensaio fotográfico, aos 39 anos, mãe de três gêmeos nascidos há cinco meses ela declarou ao Jornal Folha de S. Paulo. Antes não tinha a cicatriz, meu peito era irretocável. Hoje vou apresentar meus seios pós-mamada de gêmeos. Não tenho medo de críticas. Hoje sou uma Ferrari batida. Caro leitor, você compraria uma Ferrari batida?
Reminiscências em Preto e Branco
Irá desaparecer a já antiga expressão sobre carro velho: só pega no tranco.