Voto tem dono? Para que servem os votos nulo ou branco?

Que continuemos a nos omitir da política é tudo o

que os malfeitores da vida pública mais querem”.

Bertolt Brecht

Em vez da frase acima, fiquei tentado a transcrever: “Os fatos não deixam de existir porque são ignorados”,do escritor romancista britânico, autor do Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley. Verdade, os fatos não deixam de existir por se considerá-los inexistentes. É o que ocorreu em muitas e diferentes eleições, ignorar a votação ao não comparecer, anular o voto, votar em branco.

A afirmação abaixo do título de hoje, do dramaturgo alemão Brecht, é mais incisiva, o autor é famoso pelo texto o Analfabeto Político.

Se ignoradas por uma parcela do povo, é certo que serão escolhidos prefeito e vereadores em todos os municípios.

O voto obrigatório seria uma contradição ante a democracia como liberdade? Comparecer às urnas para só evitar ser multado e não sofrer restrições quando inexistirem justificativas pelo não comparecimento?

O voto não pode ser exclusivamente visto como obrigação legal. É preciso encará-lo como Direito. Direito à livre manifestação política, direito a votar. De expressar a vontade individual. Direito ao coletivo e soberano voto.

Transferir responsabilidade? Sobretudo pela omissão ao não votar porque não adianta; meu voto não faz falta ou não faz diferença? É cômodo limitar-se a reprovar políticos e a política julgando se eximir de responsabilidades.

Um senhor aproveita o instante quando eu aguardava na fila do supermercado e me indaga sobre a diferença entre os tipos de voto. Sem ser professor de língua portuguesa, mas me ative de início, a própria expressão da palavra e respondi:

O voto nulo, como o nome bem diz, é nulo, não vale nada. O eleitor, ao digitar números inexistentes e apertar a tecla confirmar, anula o próprio voto e o direito de escolher.

E prossegui, agora sobre o voto em branco, quando eleitor tem menos trabalho, uma vez que tem a tecla com a cor branca para o eleitor votar em branco. Desde 1997 é que tal voto não soma em nada. Caso mais a maioria dos votos seja de nulos e brancos, as eleições serão válidas.

Sem dúvida a afirmação tão clara quanto lógica: somente os votos válidos é que são válidos! Para exemplificar, Corumbataí do Sul só um candidato a prefeito. Bastará o próprio candidato votar nele e será o próximo prefeito.

A consciência do eleitor é que comanda, manda, dona absoluta da escolha que fará, segundo uma vontade própria e indelegável.

Fases de Fazer Frases (I)

O voto é singular que pluraliza como vontade coletiva.

Fases de Fazer Frases (II)

Se tiveres tempo, use-o sem gastá-lo.

Fases de Fazer Frases (III)

Se tiveres a palavra, use-a com conteúdo.

Fases de Fazer Frases (IV)

Não confundamos: o esgrimista com o ex-gremista.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

A Cartilha de Orientação Política da CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, trata das eleições municipais. Excelente conteúdo na orientação ao eleitor, não só o católico. Ilustrativamente claro, permite saber e ampliar conhecimento como as atribuições inerentes ao cargo de prefeito (executivo), do vereador (legislativo), da Justiça Eleitoral e do Ministério Público.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

A Coamo é a maior empresa do Paraná, segundo o Jornal Valor Econômico. Ela é a 47ª maior empresa do Brasil. Se não chega a ser novidade o excelente desempenho da Cooperativa, receita líquida, superior a 28 bilhões de reais, o que equivale ao crescimento de oito por cento em relação ao ano anterior.

Podemos imaginar, por enquanto apenas isso, se o Brasil tivesse um PIB de oito por cento ao ano? Por enquanto só delírio.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

Responsabilidade social, o conceito bem se aplica a Coamo – aproveitando a menção feita na nota do subtítulo acima, para destacar a chamada intercooperação que ela firmou com a Cooperesíduos – Cooperativa de Materiais Recicláveis de Campo Mourão. A Coamo cedeu uma empilhadeira e custeará a contabilidade.

Farpas e Ferpas (I)

Nem sempre a pergunta é o problema, mas sim a quem perguntar.

Farpas e Ferpas (II)

A aspereza não é lixa, é rixa.

Farpas e Ferpas (III)

A própria inveja é autoelogio para o convencido.

Sinal Amarelo (I)

A cautela, se não vence, combate o autoengano.

Sinal Amarelo (II)

A curiosidade não requer imaginação.

Sinal Amarelo (III)

É complexo ser simples?

Trecho e Trecho

Antes sofrer um só homem do que sofrer um povo inteiro!” [Eça de Queirós].

A vida é a soma das suas escolhas”. [Albert Camus].

Reminiscências em Preto e Branco

Não chega a ser antigo o que sequer nasceu ou foi novo.

José Eugênio Maciel | [email protected]

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