Votos e dos inválidos
O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um
grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido
Hannah Arendt
No resultado final de uma eleição, para que servem os votos em branco e os votos nulos?
Nada! Separadamente ou somados, eles não fazem parte da contagem geral.
É inevitável a redundância enfática: só são válidos os votos válidos!
Se os em branco e nulos superarem 50%, a eleição valerá, a conta só inclui os votos válidos.
A eleição não vai valer e todos os candidatos não serão eleitos, acreditam e argumento significativo número de pessoas dispostas a votarem em branco ou anular o voto, motivadas para derrotar todos os candidatos.
É tamanho o engano, desconhecimento acentuado na medida que o eleitor não busca informações nem acompanha os noticiários.
Somente os votos válidos serão contados para o resultado final. Para ilustrar, caso tenha 100 eleitores e dois candidatos a prefeito e não existirem votos em branco e nulos, o candidato A obtiver 60 votos, é ele quem será eleito. Outra hipótese com os mesmos 100 eleitores, mas 20 deles tendo votado em branco, e outros 20 anulado o voto, só serão computados os votos válidos: 60. Assim sendo, o candidato A ao ter 40 votos, ele ganhará a eleição.
Na eleição que tiver apenas uma candidatura, bastará ao candidato ter só um voto (é certo o dele, ao menos) e será prefeito eleito.
Não comparecer às urnas, teclar em branco ou anular o voto terá a importância como atitude de protesto, repulsa ou indiferença à política, sobretudo com as eleições e servirá para a análise das nossas instituições brasileiras e os nosso representados. Tal comportamento tem caído no esquecimento, memória do eleitorado que vota, sendo que significativo número de brasileiros em poucos meses esquece em quem votou. Ainda que faça parte da democracia, é lamentável.
Embora fora da apuração, existem diferenças entre voto em branco e o nulo. Na urna eletrônica tem o botão branco disponível para o eleitor votar em branco, assim o eleitor expressa não preferir nem um dos candidatos. E quando optar por anular o voto, como não tem um botão, o eleitor anulará o voto ao digitar números inexistentes oficialmente, como 00 para em seguida apertar a tecla confirma. Então o eleitor confirma o nulo.
A eleição para prefeito só será anulada caso o candidato vencedor seja cassado e se ele tiver alcançado 50% dos votos válidos. Aí será marcada nova eleição (no intervalo de 20 a 40 dias).
Não são todos mas muitos os que acham suficiente ir às urnas, cumprir esse único dever. Não há democracia sem livre escolha. O voto não é só obrigação, é sim um direito.
Democracia é uma construção contínua. Se o voto não é tudo, ela sem ele não é nada.
Fases de Fazer Frases
Se o poder pender: é fim do poder que depende?
Olhos, Vistos do Cotidiano
Na Coluna anterior foi registrado a morte do último governador nomeado do Paraná, Jayme Canet Júnior, 31 de agosto. Além do breve histórico, citei os cinco ex-governadores vivos: Paulo Pimentel, Emílio Gomes, Álvaro Dias, Roberto Requião e Jaime Lerner.
A lista estaria errada por faltar nomes como o de Orlando Pessuti. O fato chegou até mim pelo candidato mourãoense a vice-prefeito do PSOL André Luiz Alves, quando ele distribuía a propaganda e trouxe a informação que chegou até ele. O Pessuti foi governador, mas a lista dos cinco ex-governadores referencia os eleitos diretamente para o cargo.
Pessuti e os demais abaixo nominados foram eleitos vice e assumiram o cargo, ou seja, não foram eleitos diretamente a governador. Requião renunciou para disputar e ser eleito senador, assim foi que Pessuti se tornou governador. Outros vices que assumiram e respectivos titulares: João Elísio Ferraz de Campos (José Richa); Mário Pereira (Roberto Requião). Para não gerar dúvidas e sim maior atenção ao texto, ressalto que tais governadores assumiram para terminar o mandado. A lista não inclui os interinos.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Antigamente tinha o relógio de corda. Tinha que dar corda. Sem corda quem acorda?
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Cabresto é arreio para controlar o cavalo. Na política coronelista cabresto é a imposição do voto conforme a vontade de quem mandava, comprava o voto.