Contribuições embutidas

Este país tem situações injustificáveis. Por exemplo: por que a correção do imposto de renda é inferior à inflação oficial que, por sua vez, deve ser inferior à inflação real? Apesar do muito de imposto que se paga por aqui! Por sinal que se o brasileiro tivesse acesso aos itens que compõem o cálculo dessa inflação, ficaria de queixo caído (colaboração à pesquisa de expressões e palavras em desuso do Aroldo Murá). Entre essas situações uma inverdade flagrante: o que o TSE anuncia como horário eleitoral gratuito, de gratuito não tem nada. Senão vejamos: informação da semana, que passou em branco, garante que os 29 partidos existentes no Brasil irão receber R$ 286,2 milhões em 2012  para manter suas estruturas. Desse valor, R$ 14,31 milhões são distribuídos entre todos. Os restantes R$ 272 milhões  são divididos conforme votação obtida na eleição anterior. Donde se deduz que o PSD do Kassab, como ainda não disputou eleição, receberá pouco.  Apesar disso  já se vê que, na democracia incipiente que se pratica por aqui, ser dono de partido é bom negócio.  De onde sai esse dinheiro? Tenho impressão de que o ilustre leitor já intuiu! Essa dinheirama é acrescida dos R$ 606 milhões que as emissoras de rádio e televisão deixarão de pagar em impostos pela veiculação dos horários ditos gratuitos. Donde se deduz que a discussão sobre o financiamento público de campanhas é redundante. O que se pretende realmente é mais dinheiro público para financiar as campanhas. Por tudo isso e mais os custos dos poderes executivo, legislativo e judiciário (em todos os níveis), afirma-se que a democracia é um regime caro. Precisa que seus atores justifiquem o que se paga por ela!

Financiamento expontâneo
Em contrapartida, e a presente campanha americana que o brasileiro assiste na poltrona, comprova, os partidos pagam suas campanhas. Recebem contribuições que podem ser de pessoas físicas ou jurídicas. Esses financiamentos são feitos por americanos que acreditam nas propostas partidárias, coisas que os partidos brasileiros não têm.

Mistério
O ex-deputado Carlos Simões se ainda tem programa na Cabine da Esperança, está conseguindo uma promoção extra para seu horário na Difusora. Os dribles que tem dado na imprensa reforçam o questionamento: terá realmente ele alguma coisa (nova) para contar, além do que já se conhece da operação Gafanhoto?

Dois gumes
Uma suposta brincadeira do vereador atleticano Júlio César Sobota, eleito por uma das facções de sua torcida, daí o apelido Julião da Caveira, entrou no filão dos políticos que usam o Facebook. Aprendeu como outros que usam esse instrumento da Internet que, como diria o folclórico presidente corintiano Vicente Mateus: Twitter e Facebook são armas de dois ‘legumes’.