De críticas e esclarecimentos
Afastado das lides oficiais desde há muito, o colunista poucas vezes tem ouvido longas explicações do governador Beto Richa, alvo de inúmeras críticas de seus concorrentes em relação às dificuldades vividas pelo governo paranaense, especialmente em relação à efetivação de empréstimos obtidos junto a organismos nacionais e internacionais. Desde sua posse no governo, em janeiro de 2010, também não dera explicações sobre as condições em que recebera o Estado, depois de oito anos de mandato de Roberto Requião e resquícios do segundo mandato de Jaime Lerner, com o malfadado pedágio vitimando o transporte rodoviário em função de seus altos custos. Uma medida necessária na medida em que poucos eram os investimentos na malha rodoviária federal no Paraná, prejudicada pelas excessivas concessões na negociação. Dando vaza a que Requião fundamentasse sua campanha de retorno ao governo, num compromisso jamais cumprido: Pedágio, baixa ou acaba. Nem uma coisa, nem outra, como se viu. Sobrou para o atual governo, que fez da tentativa de negociação com as concessionárias dos pedágios, um dos seus cavalos de batalha. Outras situações porém eram passíveis de críticas, sendo que Beto deixou-as à parte. Inclusive a pouca disposição de Requião para o trabalho, preocupado com seus cavalinhos ganhos de presente à partir de sua mudança para o Canguiri. Situação inaceitável para um governador que tinha residência em Curitiba. Passeios que culminaram certa vez com um cair do cavalo, literalmente, e atendimento no Hospital Angelina Caron. Uma esclarecedora e madura entrevista de Beto Richa no programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, e outra à Band News, Curitiba, colocaram muita coisa em seu devido lugar. Para os betistas, uma pena que tais entrevistas não tivessem sido concedidas ao início do mandato. Muita crítica teria sido evitada!
Legados da Copa
Um levantamento dos compromissos assumidos em relação à Copa, apenas na capital paranaense, deixa a certeza de que ficarão mais problemas que soluções, ao final. A começar pelos assumidos pela Prefeitura e Governo do Estado, ao tempo em que o orçamento da Arena era de R$ 187 milhões. A diferença para os prováveis quase R$ 400 milhões, se obras complementares como o teto retrátil forem ultimadas, ainda é tema de discussão com a CAP/SA.
Legados da Copa (II)
As obras de mobilidade assumidas pelo Estado e pela prefeitura curitibana, mesmo que com recursos federais, igualmente apresentam problemas. O que não for concluído, poderá ter sua continuidade comprometida. É da índole administrativa brasileira! Isso, mesmo levando em consideração que algumas das previstas como o anel ferroviário norte-sul, reformas e adaptações da Cândido de Abreu, entre outras, foram simplesmente eliminadas do projeto-Copa.
Política fiscal?
A ânsia arrecadadora do governo federal, leva a situações grotescas como a que ocorreu em relação ao aumento de impostos incidentes sobre bebidas frias. Depois de anunciado pelo ministro Mantega, aumento que geraria R$ 1,5 bi a mais, em arrecadação, o recuo em função da ameaça de sustação nos investimentos anunciados pela Ambev (R$ 2,5 bi) e 200 mil desempregos. Isto não é política fiscal; é desespero fiscal criticou o presidente da Abrabe.
Foro privilegiado
A sorte do deputado paranaense André Vargas, além da Comissão de Ética da Câmara, estará nas mãos dos ministros do STF. Com o entendimento do juiz federal Sérgio Moro de haverem indícios de intervenção do parlamentar em favor do laboratório Labogen, do doleiro Youssef, em convênio com o Ministério da Saúde, o assunto passa ao julgamento da suprema Corte.
Em choque
Um lúcido e corajoso artigo do escritor londrinense Domingos Pelegrini intitulado A dita branda, colocou uma discussão em seu devido lugar: comissões da verdade à esquerda e à direita, não gozam de unanimidade nacional.