Desfecho previsto
De tanto procurar formas de tumultuar o processo de julgamento do mensalão, o PT, melhor dito, seu principal líder, acabou por apressar o julgamento. Fica a opinião pública, agora sim com evidente pressão sobre os ministros do STF, na medida em que o presidente daquela Corte escancarou um assunto até então restrito: a possível tentativa do ex-presidente Lula de cooptar apoios de seus pares a prorrogarem para depois das eleições municipais o esperado julgamento. O desmentido de Nelson Jobim, afirmando não ter ouvido a suposta proposta feita ao ministro Gilmar Mendes, cria mais um agravante. A ser invenção de Gilmar Mendes, o Brasil terá um caluniador ocupando uma vaga no Supremo. De qualquer modo, nesse episódio não existem anjos. Ao aceitar um convite para o escritório do ex-ministro Jobim, para encontro com Lula, se nenhum assunto havia em pauta, é razoável imaginar que Mendes já tinha intuição de que se tratava. O desmentido de Lula também não coloca luz sobre o assunto, desde que ele declarou que tudo faria para provar que o mensalão não existiu. A isso tem-se dedicado nos tempos que lhe sobram do tratamento médico, de vez que nenhuma outra responsabilidade o ocupa. Mensalão e a eleição de São Paulo, são hoje as suas prioridades. Com o escândalo provocado pela matéria da Veja denunciando a tentativa de cooptação que Lula teria feito a Gilmar e outros ministros, esse tema repartirá as atenções do país com a CPMI do Cachoeira, agora focada em cima de empreiteira Delta. Com o pedido de Marconi Perillo (PSDB) para ser ouvido, os outros governadores também citados ficam em posição delicada. Era tudo que o PMDB e o PT não queriam.
Constrangimento
As denúncias divulgadas pelo uso irregular de veículos descaracterizados por integrantes do alto escalão da Polícia Civil e agora também da Polícia Militar, gerou constrangimento em aposentados das duas corporações. A lentidão com que tal assunto tem sido tratado pelo governo, especialmente pela ausência do governador Beto Richa, também preocupa.
Eleição da Mesa
A tese do presidente Valdir Rossoni de antecipação da eleição da nova mesa diretiva da AL, mesmo não tendo sido aprovada nos moldes desejados por ele, já está definida. Será depois das eleições municipais, devendo porém ser definida a data: antes ou depois do segundo turno que certamente ocorrerá em várias das maiores cidades do Paraná.
Sem unanimidade
A aprovação do empréstimo a ser feito pelo governo do Estado para ser repassado ao Atlético, viabilizando a construção de seu estádio para a Copa, não encontra unanimidade na opinião pública. Afinal a dívida será do Paraná, com a agremiação esportiva dando parte de seus bens imóveis e potencial construtivo como garantia. Lembra um pouco aquele personagem do Viva o Gordo: La garantia soy yo
Melindres
A emenda aposta pelo vereador curitibano, professor Galdino a projeto do Executivo que proíbe a contratação de funcionários ficha suja pelo município, demorou a ser votada. Pela emenda, também o legislativo municipal fica impedido de promover tais contratações.Já não bastava a exigência do MP de redução do número de comissionados na Casa de Leis curitibana, ao mesmo número dos concursados.
Crise bem vinda
Impressionante o número de manifestações de ouvintes de rádio contra o estado de calamidade que o trânsito de Curitiba vai adquirindo. A redução nas vendas de automóveis na capital paranaense talvez seja a única forma de impedir que fique ainda pior.
Em choque
Vai começar a temporada de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba. Ainda sem seus programas definidos, o que só acontece nos meses que antecedem as eleições, especialmente com a contratação das agências de propaganda para o marketing , o que se terá nesta primeira etapa são as obviedades contra e a favor da atual administração.