Espaço vital
Espaço é fundamental nas lutas políticas. Que o digam PT e PMDB que pareciam viver em harmonia ao início do governo Dilma (PT), com Michel Temer (PMDB-SP) na vice. Este por sinal, ao lado de Sarney (MA), Renan AL) e Jucá (AC), com longo domínio sobre o partido, em função da unidade que podem manter já que não disputam territórios. A ilusão de que a união entre PT e PMDB duraria, começou a se desvanecer logo às primeiras nomeações feitas por Dilma. Os ministérios menos aquinhoados com verbas e em conseqüência, poder, ficaram com os companheiros de Temer. As mudanças ocorridas, 12 no total em 15 meses, só acentuaram o descontentamento reinante. A entrada de Gleisi já anunciando atuação administrativa (com pitacos na política), no lugar de Palocci que mantinha bom relacionamento com as lideranças partidárias, deixando a Ideli Salvati o ‘abacaxi’ do relacionamento com a exigente base composta por outros 16 partidos, além do PT, não melhorou o humor do PMDB. A chegada de Requião ao Senado, encontrando campo propício para semear a discórdia por seus desentendimentos com Paulo Bernardo, permitiu-lhe atuar na derrota do governo pela indicação de Bernardo Figueiredo para continuar na ANTT. Derrota que o governo sentiu, obrigando-o a rever seus métodos. Não será surpresa se Dilma apresentar algum nome com o objetivo de assessorar Ideli, mas, em realidade, tirando-lhe o poder. Para provar que as disputas versam sobre verbas, cortadas na emendas dos parlamentares e espaço, basta citar o exemplo de Osmar Serraglio (PMDB) e Zeca do PT. Vizinhos de municípios, Umuarama e Cruzeiro do Oeste, disputam palmo a palmo o eleitorado da região noroeste. Até agora, com visível vantagem para o filho de Zé Dirceu que, nos bastidores do governo manda tanto quanto antes.
Consumatus est
Acossado por 32 assinaturas de companheiros e adversários, inclusive do líder dos tucanos, Emerson do Prado e do líder do prefeito, João do Suco, não restou alternativa a Caio Derosso senão a renúncia. Com a necessidade de nova eleição para cumprir os 9 meses restantes do mandato, já são 7 os pré-candidatos. A eleição será na segunda-feira.
Prestígio intacto
Embora não conste na Lei Orgânica do Município de Curitiba, punição à renúncia da presidência da Câmara, por similaridade será cobrado em juízo o impedimento a nova reeleição de Derosso em outubro (Lei da Ficha Limpa). Se puder ser candidato ele se reelege, novamente. Com facilidade!
Marcando ponto
No meio do furacão que se abateu sobre sua bancada na Câmara, uma cartada interessante do prefeito curitibano Luciano Ducci. Um grande edital divide a cidade em quatro lotes para que as calçadas da cidade sejam refeitas e as ciclovias, melhoradas. Um dos pontos fracos da Capital que sempre foi citada como ‘capital ecológica’, é a má qualidade de suas calçadas.
Cortes…
Não sem motivo os reitores das universidades estaduais rondaram a Assembleia, o Palácio Iguaçu e a Secretaria de Educação, além de contatos com o secretário Alípio Leal, da Ciência e Tecnologia, na semana que passou. O motivo veio a público: os cortes nos orçamentos de todas elas foram fortes. Em alguns casos, como o da UENP (Norte Pioneiro), 95%. A Unespar, 95% e a de Londrina (UEL), 96%.
…assustadores
A pergunta que não cala: o que pode ter justificado tal medida do governo? Se apenas as mais atingidas tivessem sido sacrificadas, alguma suspeita sobre a aplicação dos recursos poderia justificar uma intervenção. Ocorre que em todas as outras, Unioeste, Uepg, Uem e Unicentro, os cortes atingiram 47 e 48%. A qualidade do ensino, nesse nível, estará comprometida.
Em choque
A situação vivida pelo ex-presidente da Câmara Curitiba, João Cláudio Derosso, até semanas atrás blindado pelos companheiros que agora assinaram contra, remete à frase de Delfim Neto: Em política e em negócios, não há inimigos permanentes, nem amigos definitivos.