Esperar o que?
Frase do delegado federal, agora deputado pelo PSDB do Paraná, Fernando Francischini, deixa claro o que se pode esperar da CPMI que se inicia no Congresso, fingindo passar em pratos limpos uma das muitas marcutaias que ocorrem neste país. A coluna insiste em afirmar que o hoje chamado contraventor Carlinhos Cachoeira, seria simplesmente um bicheiro como muitos que o antecederam e que não enveredariam pelo mundo do crime, se esse antigo jogo quase ingênuo, não tivesse sido colocado na ilegalidade. Mesma ilegalidade usufruida pela Caixa Econômica com seu cassino virtual, embora a lei continue a proibir os chamados jogos de azar. Pior: sem prestação total de contas, o que se espera possa ser acessível agora que a lei da transparência foi inaugurada. Voltando porém à CPMI do Cachoeira, o deputado afirmou alto e bom som depois de mais uma reunião em que se tenta ‘livrar a cara’ dos governadores do Distrito Federal, de Goiás e do Rio, além de Fernando Cavendish, da hoje notória Delta: Estamos passando vergonha aqui. A Delta recebeu mais de R$ 4 bilhões do governo federal e não vamos quebrar o sigilo da empresa? Como vamos explicar isso ao Brasil? Preocupação desnecessária. Afora o Pangloss, aquele personagem do Voltaire que insistia em ser este o melhor dos mundos, acreditando em tudo que lhe contavam, aqui no Brasil pouca gente, das mais felizes que tiveram oportunidade de ter acesso a um pouco de abertura de cabeça, espera algo desse instrumento chamado CPI, colocado à disposição dos parlamentares. Comissão em que todos querem entrar para ter um pouco mais de acesso aos holofotes da mídia e poder lavar as mãos nos resultados. Aos da oposição que não são atendidos em seus pleitos junto ao governo, pelo menos o direito à crítica. Basta olhar o número de vassalos que compõem a CPMI para imaginar o resultado.
Vaias com ressentimento e…
Por oportuno vale hoje lembrar dois fatos da semana. Dois momentos da presidente Dilma: um de irritação pela vaia sofrida durante evento com os prefeitos, sempre em busca com suas Marchas a Brasília, custosas e infrutíferas pelo ouvido de mercador que o governo (o de agora e os de antes) fazem às suas reivindicações por uma melhor distribuição da imensa arrecadação que o governo obtém através a sua extraordinária carga tributária.
…aplausos mais digeríveis
Como democrata que aparenta ser, a presidente precisa conviver com essas manifestações, mesmo que menos civilizadas, mas um dos poucos meios de que dispõem os prefeitos para manifestar descontentamento, já que não são recebidos em audiência, nem têm direito a greve. Da mesma maneira que sorri para os aplausos, muito mais freqüentes.
Emoção
O outro, que pelas circunstâncias de ter sido ela própria vítima de prisão e tortura, causando-lhe emoção: instalação da Comissão Nacional da Verdade. Encarregada de vasculhar os porões da ditadura para encontrar respostas às inúmeras questões não explicadas. Um consolo para as famílias que ainda tem cadáveres insepultos. Sem ódio mas sem perdão afirmou.
Fotos e fatos
Como fotos valem mais do que palavras, as imagens da cerimônia da Comissão da Verdade deixam bem clara a posição dos ministros militares. Quando Dilma exaltou os que lutaram pela ‘democracia’ enfrentando bravamente a ditadura, os comandantes Moura (Marinha), Peri (Exército), Siato (Aeronáutica) e Nardi (Estado Maior) foram os únicos a permanecer de braços cruzados enquanto os demais aplaudiam.
Em choque
Sabe-se que do bolo tributário, até por que Contribuições e taxas especiais não entram no bolo a ser repartido, somente 18% do IPI e do IR, retornam às prefeituras. Além da dívida que o governo tem com os 399 municípios do Paraná, mais de R$ 1 bi em restos a pagar. Filão para a campanha de Aécio adotar, valorizando os municípios, insistem os companheiros que procuram um mote para sua campanha.