Exemplo eficaz

Um levantamento da Gazeta do Povo dá bem a medida do desencanto do povo curitibano com a Copa em Curitiba. Para quatro jogos de pouquíssima expressão vão ser gastos no total, incluindo a Arena da Baixada que subiu de R$ 185 para R$ 331 milhões (por enquanto) e as obras de mobilidade urbana que serão ao fim e ao cabo, o legado da Copa, R$ 1,02 bilhão. Um acréscimo de R$ 272 milhões. Isso só aqui em Curitiba imagine-se as onze outras capitais somadas. O que impressiona aqui, é a capacidade dos maiores interessados no evento, presidente do Atlético (ou CAP S/A) e os secretários municipal e estadual tentarem explicar o inexplicável. Acrescente-se ainda que algumas das obras tidas como importantes, incluídas nesse orçamento, foram simplesmente riscadas do mapa. Caso da revitalização da Avenida Cândido de Abreu e o Terminal de Santa Cândida.  O próprio técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari,  ao ser entrevistado no Fantástico, que por sinal sofreu uma modernização que justifica seu nome, ao ser questionado sobre o valor das obras deixou escapar uma crítica sutil à competência com que o país preparou-se para a Copa. Deu a entender que se tivéssemos começado a trabalhar em 2007, quando Lula e uma comitiva festejaram na Suiça a escolha do Brasil, não teríamos vivido os problemas que ainda agora ameaçam o resultado final. O interessante por qualquer ângulo que se veja o problema é que, a população, com o resultado do julgamento do mensalão, com o susto que aplicou no governo com as manifestações de junho, imaginava que a corrupção estava sendo banida do Brasil. Triste esperança. Os fatos novos e outros nem tanto, como Copa, Petrobras, propinas de toda ordem, provam que a corrupção parece ser endêmica. Precisamos de um Osvaldo Cruz, econômico, capaz de  produzir uma vacina contra esse mal. Ou então a lição que vem da China. Ao invés de prender, expropria o Estado todos os bens do corrupto e parentes beneficiados. Deixa-os literalmente, com a roupa do corpo.

O incrível Lula

A capacidade do ex-presidente Lula em tergiversar sobre coisa dada como líquida e certa, é incrível! Repetiu em Portugal a afirmação que fizera a mais de quatro anos atrás, de que o mensalão não existiu. Até hoje os que acreditaram que, ao deixar o governo ele iria se empenhar em provar isso, estão esperando! A afirmação mais surpreendente veio em seguida: os presos pelo julgamento do mensalão, não são gente da sua confiança. Zé Dirceu, Genoino, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, devem estar dando pulo nas celas!

Haja arrecadação!!!

Alguma coisa precisa realmente ser feita : e não só aqui no Paraná. A incapacidade do país em realizar investimentos,  em relação ao que a presidente Dilma, se reeleita, vai enfrentar; assim como os que com ela disputam o poder, se vencedores, assumirão,  é explicada pelos altos gastos com pessoal: 75% da receita. Judiciários com muita pompa e pouco rendimento,  legislativos engolindo boa parcela da arrecadação, e um Executivo cercado de ministérios por todos os lados: 39, levam os trocados. Sobra pouco para atender os problemas do país!

Haja arrecadação!!! (II)

No Paraná o orçamento é feito pelo global! As participações de cada poder são calculadas sem levar em conta que uma parte da arrecadação corresponde ao Fundo de Participação dos Estados, que acabou incluído no total. Assim a participação da Assembleia, que tem índice de 3,1% do orçamento, hoje de R$ 627,4 milhões, sem o fundo ficaria em 560,2 milhões. Um ganho de R$ 67, 1 milhões que ela tem devolvido ao Executivo. Já o Tribunal de Justiça a quem cabem 9,5 %, 1,9 bilhão, sem o FPE teria R$ 205, 9 milhões a menos. O que explica benesses como auxílio saúde, alimentação e moradia que tanto ele como o Ministério Público têm-se concedido, MP cuja participação no orçamento é de 4,1%. Vale dizer R$ 829,8 milhões que sem o Fundo seriam diminuídos em R$ 88,8 milhões.

Em choque

Os dados acima demonstram o quanto será preciso de coragem para mudar o quadro brasileiro. Frase marcante do candidato Eduardo Campos: Acho que o Brasil precisa de um presidente que olhe no olho de cada homem  (referia-se a José Sarney) e diga: a fartura em Brasília acabou. Espera-se que não seja mais uma boa intenção a ser jogada no inferno!