Explicações inexplicáveis
Há certas situações que quanto mais se tenta explicar, piores ficam. Caso do mensalão que, ao que parece José Genoino andou falando que não teria mais razão para ser julgado pelo STF, de vez que o PT já o pagou. Isto é, fez acerto com os bancos a quem altas importâncias eram devidas, pois, segundo ele, não foram fruto de doações e sim de empréstimos. Mas, se o mensalão ‘não existiu’ como outros mentores tentam provar, porque acertar com os bancos? Além do que fica a dúvida, baseada num novo episódio: sobre ‘como’ tal acerto foi feito! Refere-se a coluna à mal explicada compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca, durante o período em que Ideli Salvati ainda não era ministra da área. Não era ministra mas candidata ao governo de Santa Catarina e beneficiária em sua campanha do ‘agrado pedido pelo PT à empresa Intech Boating, fornecedora das caras peças, das quais 23 ainda estão em desuso (a Folha de São Paulo publicou foto de 3 numa marina de Florianópolis, ao relento). Como a informação da ‘dádiva’ veio do próprio dono da empresa doadora, fica difícil desmentir. Lembra a jornalista Dora Kramer, em bem colocada imagem que, o caso não tem a ver com a Ideli, mas com as práticas do PT em geral. Pedir dinheiro a fornecedor do ministério não está entre as práticas normais de um partido, cujo dever seria manter as coisas em seus devidos lugares. Separadas. Nesse aspecto o DEM até que está em vantagem: os casos provados de desvio de conduta foram punidos. Diferente do PT que tenta por todos os meios, as vezes até com contradições como a de Genoino, evitar o julgamento do seu mensalão. Até porque se condenados, não haverá como justificar a presença de certas figurinhas carimbadas no partido.
Alívio imediato
Por enquanto a candidatura do prefeito curitibano Luciano Ducci não corre risco. O juiz eleitoral Marcelo Wallbach Silva entendeu que não lhe cabe culpa no comprovado caso de caixa 2 praticado pelo PRTB, na eleição municipal de 2008, quando da reeleição de Beto Richa, de quem foi vice. Beto por sinal, ao candidatar-se a governador em 2010, fora retirado do processo.
Insistência
Como inimigos não mandam flores, o PT, PMDB, PCdoB e PSC, vão insistir, recorrendo ao TRE-PR, na tentativa de reverter a decisão de 1a. instância. Como o próprio juiz admite, há fortes indícios de distribuição de recursos não contabilizados, o que deve ser objeto de investigação. Deixa porém a impressão de que, condenação se houver, será aos dissidentes do PRTB que praticaram o ato. Em todo caso, situação de tirar o sono!
Decisivo
Um tópico do despacho do juiz Wallbach praticamente elimina a possibilidade de revisão da decisão, por parte do órgão colegiado, a grande esperança dos adversários de Ducci. Nem mesmo a parte representante (dos autores da ação) conseguiu demonstrar algum envolvimento do representante (Ducci) com aqueles fatos (o suposto caixa 2). Se restar algum choro, tem que ser no ombro do advogado que impetrou a ação em nome dos partidos.
Em choque
Parece que o jeito é os adversários irem ensarilhando as armas para enfrentar Ducci no campo de batalha. Gustavo Fruet, agora fortalecido pela vitória inicial do grupo dominante no PT que lhe propõe apoio; Ratinho Jr, se não ceder às tentações do vil metal que certamente serão altas; Rafael Greca com sua língua afiada e conhecimento da cidade, para estocadas nos adversários, e outros que se proponham a entrar na disputa. Nas posturas de hoje, segundo turno quase certo.
Tiro no pé!
O Ministério Público por sinal, face ao tempo mínimo de que ainda dispõe para apontar os candidatos incluídos na Lei da Ficha Limpa, o que os impediria de disputarem a eleição de outubro, pede apoio aos partidos. Ingênua ilusão de que com possibilidade de eleger prefeitos ou vereadores os partidos irão colaborar. O apelo equivale a pedir que dêem tiro no pé!