Exploração prevista

No clima que tomou conta da campanha em Curitiba, a reação era esperada. Inclusive depois de críticas como a feita pelo jornalista Jânio de Freitas, na Folha, à postura do apresentador Ratinho que, desobedecendo decisão judicial subiu ao palanque de seu filho e usou expressões grosseiras em sua fala. Era lógico que concorrentes iriam aproveitar. Um movimento dito popular, convocado por campanhas adversárias aproveitando a oportunidade, realizou um protesto na Boca Maldita, instituição curitibana que de há muito dá espaço as línguas que a tudo criticam, repudiando a atitude do famoso apresentador do SBT e da Rede Massa. Com prejuízo ou não para a campanha de seu filho, que as próximas pesquisas poderão mostrar. Situação que a prevalecer o empate técnico oferecido hoje por tais levantamentos junto à opinião pública, poderá igualmente ser aproveitada num eventual segundo turno, caso a tendência atual permaneça. Certamente os curitibanos que apóiam os candidatos que não chegarem a esse segundo turno, serão convocados a se manifestar nas urnas, igualmente deplorando as expressões de Ratinho como incabíveis em uma cidade que se orgulha de seu reconhecimento, mesmo que já discutível,  como de primeiro mundo. Uma certeza ficou: com todas as mazelas que caracterizam uma campanha política, onde tudo parece ser aceitável, alguns limites precisam ainda ser respeitados. Especialmente quando está em jogo o conceito do curitibano sobre a capital em que nasceu ou vive.  Apesar de algumas críticas que ele próprio faz, tem orgulho de sua cidade, mostram as pesquisas de opinião.

Caixa 2

Dois fatos interligados. A presunção da posição que será adotada pelo ministro Dias Tofoli que, em seu último voto da semana anterior deixou visível a preocupação  de não aceitar como líquido e certo o reconhecimento dos desvios de recursos, como destinados a compra de votos. Praticamente disse ‘não’ ao mensalão, fazendo coro ao próprio ex-presidente Lula que anteriormente vira  nos desvios, ‘apenas caixa 2’.

Momento crucial

O julgamento do mensalão, ou que nome se queira dar ao desvio de dinheiro que, segundo a denúncia do publicitário vai  muito além do que o MPF e a PF revelaram,  entra agora numa fase mais complicada. Antes o julgamento envolvia um político: João Paulo Cunha. Agora vem mais gente do PT e de outras siglas. E haja pressão sobre os ministros do STF…

Fogo no mensalão

O outro fato, levantado pela revista Veja, diz respeito à suposta disposição do publicitário Marcos Valério de abrir o bico, envolvendo o próprio ex-presidente Lula no processo do mensalão. Deixado à própria sorte e antevendo uma pena que pode chegar a dezenas de anos de prisão, Marcos já teria feito algumas revelações comprometedoras à revista. Resta saber que uso a oposição fará dessa delação no Congresso, que no entanto  ficará de fora das votações do STF.

Cartas na manga?

O ministro Paulo Bernardo no final de semana, falou. Procurou afastar a tese de que o candidato da coligação PDT-PT-PV em Curitiba, Gustavo Fruet foi deixado à própria sorte. Seria falsa para ele, a visão de que o PT não estaria se empenhando na campanha. A presença da ministra Gleisi, mais conhecida que ele na capital,  é marcante, afirma. Para Bernardo,  Gustavo irá para o segundo turno. Resta saber baseada em que essa previsão que contraria os números de agora de Ibope e DataFolha.

Em choque

Leitor da coluna questiona o colunista sobre a divulgação de um post da campanha do atual prefeito rondonense, candidato à reeleição, cuja candidatura foi  cassada pela juíza eleitoral, liminarmente (com direito a recurso). Segundo ele, tal post questiona a cassação de candidatura que hoje conta com 56% da preferência local. Informação que se confirmada, se caracteriza como  infração;  a menos que a pesquisa em se baseou esteja registrada. De outro modo  poderá condenar o divulgador a multa e até prisão.