Filosofando sobre o mal!

Já se referiu aqui à pouca manifestação dos leitores dos jornais em que esta coluna é publicada, demonstrada nos e.mails que o colunista recebe. Nenhuma novidade na medida em que o brasileiro convive com os seus desencantos apenas como tema  de conversa de boteco. Tente o leitor lançar uma ideia capaz de mudar os paradigmas existentes no país como, por exemplo, mudar em Brasília os maus hábitos arraigados desde que Juscelino, entre o dilema de ficar como  o autor de um elefante branco, dos muitos que o Brasil têm, inaugurou a toque de caixa uma Capital que teve seus grandes méritos e gerou grandes problemas. Entre eles, a falta de comunicação que a isolou à época, antes dos recursos que hoje a tecnologia dispõe aos veículos. A ponto de agora proporcionar aquele espetáculo dantesco de um ex-ministro da Justiça, sentado ao lado de um contraventor, colocando seu nome e sua figura de uma das maiores autoridades jurídicas do país, a soldo de um marginal. Direito dele que construiu um nome para cobrar de quem construiu fortuna, por meios ilícitos. Por míseros R$ 15 milhões, segundo as informações que vazam para a imprensa. Marginalidade criada como a coluna defendeu por várias vezes, na década de 40 do século passado, quando um ingênuo jogo de bicho, por obra e arte de uma doméstica que prestava serviços à esposa do presidente Eurico Gaspar Dutra, colocou esse jogo e outros, assim como os cassinos, na ilegalidade. Nada melhor para estimular a corrupção e a entrada em outros desvios de conduta, que um jogo ilegal. Está aí a discussão sobre a descriminalização da maconha, como forma de esvaziar um grave  problema. Sem maconha proibida não haverá polícia, em todos os níveis, corrompida, defendem alguns, aparentemente com razão. A única certeza: onde houver dinheiro, há corrupção, em maior ou menor grau.

Sem culpa!

Há quem veja na viagem do governador e família para a Espanha, para curtir quinze dias de férias um equívoco. Isso porque há uma crise na Polícia Civil que vem desde o tempo do austero governo Requião. Por atraso na identificação do problema, só trazido á tona por denúncia desse jornalista com vocação de detetive, Mauri Kronig e outros companheiros, o governo  de Beto Richa acabou envolvido num problema  que não era seu. Que seus perdigueiros também não haviam detectado. E olha que o assunto era na Polícia Civil, encarregada de investigações.

Nepotismo

A Câmara de Curitiba trabalha na difícil tarefa de despedir funcionários comissionados. Isso na ante-véspera de uma eleição municipal em que os funcionários, travestidos de cabos eleitoras, deveria ir à rua para conseguir votos e não para a rua. Como sempre ensinado, especialmente se tratando de parentes dos vereadores, missão complicada. Parente é bom de nomear (Requião que o diga). Difícil de demitir!

Falar o que?

A propósito: depois da divulgação da matéria mostrando ‘delegacias’ como a de Guaraqueçaba, no meio do matagal, caindo aos pedaços e recebendo verbas para sua ‘manutenção’, durante os quase sete anos em que o seu atual assessor Delazari ‘mandou’ na Secretaria de Segurança, convinha que o Senador do Paraná desse uma folga para seu Twitter; falar o que? 

Em boas mãos

Apesar das críticas que possa se fazer à viagem do governador, em férias, por dever de ofício  cabe ao colunista, mesmo que por dever de ofício e respeito que ainda mantém por personagens da política assinalar que o Paraná está em boas mãos; o inatacável  vice Flávio Arns responde pelo Palácio Iguaçu e o competente e sério Luiz Eduardo Sebastiani pela Casa Civil.

Em choque

É sempre bom registrar verdades políticas: o vírus da traição, depois de instalado no corpo, pode entrar em estado latente; não significa que esteja morto. De repente, não mais que de repente, ele volta à ativa.