Gigantismo eleitoreiro
Quem acompanha a política brasileira percebe claramente que os atuais períodos governamentais, na Federação (!) e nos estados, já terminaram. Agora tudo gira em torno de 2014. Consequência de um dos grandes equívocos da legislação brasileira que determina eleições a cada dois anos. Mal um governante, municipal estadual ou federal se instalou, sem tempo ainda de se adonar da situação que nunca é como foi pintada, apesar das tais comissões de transição que pretensamente obteriam informações sobre a realidade, e já se vê a braços com a próxima eleição cujo resultado lhe é fundamental. Começam as pressões de toda ordem que inviabilizam tomada de decisões sérias e necessárias. Haja concessões! Não se faz o que é necessário e sim o que a realidade eleitoral obriga. Para só ficar no plano nacional, já que os problemas aqui vividos estão patentes, abordemos a nova reforma ministerial que de reformadora nada tem. Apenas uma adaptação grotesca para garantir cada vez mais o apoio do PMDB e uns ajustes aqui e ali com interesses de outros aliados. Criando inclusive mais uma Secretaria para tentar abrigar o recém formado PSD, refúgio de todos os que se sentiam mal em suas siglas de origem. Um partido que é o retrato do oportunismo político. Essa nova repartição pública que se soma às outras 38 já existentes, não vai aparentemente alcançar seu objetivo: espertamente seu líder Gilberto Kassab não aparenta interesse em entrar no governo oficialmente. Até porque, visualiza a oportunidade de se render aos encantos do governador pernambucano. Em contrapartida, essa criação de mais uma pasta provocou críticas de um importante homem de negócios, até ontem afinadíssimo com o governo. É de Jorge Gerdau, presidente da Câmara de Políticas de Gestão da Presidência da República a frase: o Brasil chega ao limite da burrice, da loucura ou da irresponsabilidade ao render-se à lógica do gigantismo (administrativo). Precisa dizer mais!
Amarração
Ao amarrar o PMDB como o faz agora, convencida de que a tentativa do ex-presidente Lula de cooptar o governador Eduardo Campos, potencial adversário de Dilma em 2014, afastando Michel Temer da chapa de 2014, quase põe tudo a perder, a presidente tenta amarrar igualmente as coligações estaduais. Sabendo porém que no Rio, PT e PMDB devem se digladiar, o mesmo podendo acontecer no Paraná, se Requião insistir na candidatura própria. Nos dois sentidos. A do partido, que é a dele.
Desgaste …
Um assunto que já começa a trazer desgaste para o prefeito Gustavo Fruet, numa região nobre de Curitiba: a 7 de Setembro, no Batel. A infeliz tentativa da administração anterior de estender a linha do azulão para o roteiro Santa Cândida-Praça do Japão, com início poucos meses antes da eleição, ficou frustrada com a sua derrota. Infeliz pois o roteiro deveria contemplar o que hoje existe: Santa Cândida-Capão Raso. Ou isso, ou nada!
… desnecessário
A inesperada reação dos moradores das imediações da já tradicional Praça do Japão que seria transformada num mini-terminal, não estava nas previsões do IPPUC. É o que dá planejar em gabinetes, sem consulta à realidade. Hoje o trecho da 7, entre Pasteur e Ângelo Sampaio (entre outros), paralisado, cria inúmeros problemas com os vermelhões andando nas laterais da canaleta e voltando a ela em manobras perigosíssimas. Com uma solução facílima no caso da 7, não fora a obtusidade de quem não a vê! A informação de que a obra será retomada em 2014 é assustadora.
Em choque
A coluna continua a insistir na tese de que, este é o momento para tentar reverter um parágrafo da Constituição de 88, altamente prejudicial ao Paraná: a cobrança do ICMS da energia no consumo. A união conseguida para a aprovação da TRF no Paraná, precisa permanecer. Só assim, unindo todas as forças e somando a outros estados que virão a ser prejudicados quando suas hidrelétricas entrarem em operação, mais os estados produtores de petróleo, igualmente prejudicados, obterá o Paraná, êxito em sua demanda.