Horror explícito

O terrível espetáculo trazido aos lares do país e levado ao mundo pela televisão, mostrou uma faceta do Brasil que a cada dia se acentua: a barbárie. A cena em que uma multidão, adultos, homens e mulheres e até crianças, fazendo injustiça pelas próprias mãos, matando uma mulher inocente, é assustadora. Revela mais do que a fúria a que podem chegar as pessoas quando transformadas em turba. Parece mostrar o estado de espírito de um povo, dominado pelo descontentamento diário. Muitas são as causas; inclusive a banalização da violência mostrada diariamente pelos programas policiais que exaltam a criminalidade, colocam policiais e bandidos num mesmo plano. Estes sim, uma modalidade de programa a merecer atenção do poder concedente das rádios e televisões: o governo federal. Não se trata de pregar a censura à liberdade de expressão que infelizmente no país volta a ser ameaçada em relação a manifestações políticas, com o controle das novas mídias alternativas. Afinal as demais, grandes redes de tevês e rádios, já são manipuladas através os departamentos comerciais, inundados de verbas públicas. A preocupação é dirigida à exaltação da violência, que hoje chega de todos os cantos do mundo globalizado. A exposição da notícia policial não deveria ser levada ao exagero, ao detalhamento cruel, insuflando nas pessoas os seus piores instintos. Os que não são do ramo não conseguem perceber que aos governos, interessa hoje que os principais telejornais se transformem também em extensões dos programas policiais. Quanto mais tempo gasto na divulgação de atrocidades, daqui e de fora, menos tempo sobrará para que críticas às administrações públicas sejam feitas. Infelizmente, essas hoje são mostradas quase que exclusivamente pelos jornais impressos, que lentamente sucumbem às dificuldades do momento, a cada dia reduzidos em seus números, por terem custo, ao passo que as notícias e diversões das mídias eletrônicas vêm de graça. Coisas de um país que pouco lê.

Oba-oba

A próxima sexta-feira, se tudo correr de acordo com o roteiro previamente preparado, a presidente Dilma Roussef estará em Curitiba, especialmente para aplaudir o trabalho realizado na Arena da Baixada, estádio hoje pertencente à CAF S/A. Provavelmente com alguns ângulos da obra ainda inacabados, camuflados. Sem conversar com pessoas da região, certamente não terá conhecimento do mal-estar causado pelas exigências da Fifa, que tira dos moradores numa enorme área do entorno, o direito de ir e vir a suas próprias casas, aumentando os números de descontentes com a Copa em Curitiba, detectados pelas pesquisas.

Vale tudo!

Se o clima de confronto entre os candidatos à presidência já se faz presente, com os candidatos de oposição aproveitando as poucas oportunidades para exporem suas idéias e criticarem o governo atual, em contraposição a candidata à reeleição que não é limitada pela Lei Eleitoral que beneficia os que estão no poder, imagine-se o nível que as críticas e justificativas vão atingir depois de 6 de julho, quando o horário eleitoral estará livre.

Mal hábito!

O crescimento do mercado de carros semi-novos, em contraposição aos pátios das montadoras abarrotados de veículos recém saídos do forno, vai obrigar o governo a algum tipo de medida. As demissões e férias coletivas no setor, assim como a redução na produção  de veículos novos, vão pressionar o governo como em vez anterior. A experiência anterior com aumento de prazos e reduções de impostos revelou-se infrutífera. Mais uma vez o governo vai ser chamado a intervir no mercado. Espera-se que não de forma desastrosa!

Excesso de zelo…

A ânsia do presidente do Senado em marcar presença, com a submissão da Casa que preside junto ao Poder Central, faz com que sua memória seja convenientemente curta. Depois de ter aberto mão de decidir o destino da CPI pedida pela oposição, permitindo a apresentação de outro modelo ao gosto do governo, resolve censurar a intervenção do STF, ao qual a minoria recorreu para garantir seu direito, através liminar da ministra Rosa Weber que determinou a instalação de CPI exclusiva da Petrobras.

…em hora imprópria!

 Ajuizou recurso no STF (agora com maioria de ministros nomeados por Lula/Dilma) pela interferência.  Subtraiu-se  do legislativo que deliberasse e decidisse sobre a questão. Como se fosse a primeira vez que, a omissão dos legislativos federais  em questões a eles afetas, em itens das reformas a tanto desejadas e nunca aprofundadas, obrigassem o Supremo e até o TSE a serem chamados a se manifestarem.