Mais prejuízos

O enorme prejuízo que o anúncio da presidente Dilma, de redução de impostos nas contas de energia elétrica, causou, inclusive pela desvalorização das ações das estatais de energia nas Bolsas de Valores, em relação ao Paraná, no caso a Copel, tem um agravante a mais: o Paraná vem sendo prejudicado em mais de R$ 600 milhões anuais, desde que na Constituição de 88 foi definido que o ICMS da energia elétrica seria cobrado nas fontes consumidoras, não na geração. Com hidrelétricas no rio Paranapanema,  metade alagada em território paranaense em usinas construídas pela paulista CHESP, especialmente a usina Capivara de Porecatu ocupando as notáveis terras roxas, o prejuízo já era grande. Com Itaipu invadindo com seu lago as suculentas terras vermelhas do oeste, expulsando famílias mal indenizadas, outro prejuízo financeiro e social. Acrescente-se as usinas do vale do rio Iguaçu, todas gerando energia que outros estados consumiam sem nos pagar nada, a não ser os royalties  implantados tardiamente através uma campanha capitaneada pelo sempre lembrado Francisco Cunha Pereira Filho; indenização paga ao estado e aos municípios lindeiros. Como se vê o Paraná, mesmo sendo a causa justa, na medida em que a energia elétrica pelas suas características de energia limpa é cara no nosso país, sofre novo prejuízo. Deixará o estado de arrecadar R$ 450 milhões com o pacote federal. Isso porque, desde que Requião, ao criar um dos seus programas sociais na base robinrudiana de tirar dos mais ricos para socorrer os mais pobres aumentara o ICMS da energia no estado a 29%, a arrecadação  da estatal crescera mais que a de outros estados. Como desse valor a ser perdido pelo estado, parte seria dos municípios, estes, combalidos,  terão mais uma razão para queixas.

Briga boa

Os telespectadores da TV Justiça continuam a assistir os embates entre os ministros do STF, Joaquim  Barbosa, relator e Ricardo Lewandowski, revisor, no julgamento do mensalão. Aquele famoso desvio de milhões de reais, ocorrido no primeiro governo do presidente Lula, supostamente para compra de apoio de um governo que, por ter se elegido com razoáveis dúvidas da opinião pública, não contava com maioria no Congresso.

Fato visível

Uma certeza o julgamento já produziu: mesmo que ao final ninguém vá para a cadeia, a impunidade já não será mais a característica dos que metem a mão no dinheiro público. Inclusive gente de alto nível, como dirigentes de um banco envolvido na tenebrosa história.

Na contra-mão

Por outro lado, um caso que deu o que falar, envolvendo o hoje notório ex-presidente da Valec Engenharia, estatal encarregada de administrar ferrovias, José Francisco das Neves – o Juquinha, que viu seu patrimônio ampliado em R$ 60 milhões, recebeu as bênçãos de um desembargador  da 1a. Região, sediada em Brasília. Reconheceu ele a nulidade das interceptações telefônicas da Operação Trem Pagador da Polícia Federal. Enquanto o STF faz justiça com as mãos, outros setores da mesma Justiça, desmancham com os pés!

A voto

Os senadores do Paraná estão mostrando serviço. Especialmente o novato Sérgio Souza, suplente de Gleisi Hoffmann. A PEC de sua autoria, que cria o Tribunal Regional Federal no Paraná, foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e segue agora para o Plenário da Casa. Se aprovado vai à Câmara Federal. Antiga e justa reivindicação do Paraná.

Menos, Ministra!

Na véspera de assumir o Ministério da Cultura, numa negociação para que assumisse a candidatura do petista Fernando Haddad, candidato à prefeitura de São Paulo por imposição do ex-presidente, negociação que ela nega, mas que salta aos olhos de quem enxerga um pouco adiante do nariz, Marta Suplicy fez uma afirmação patética: Lula é Deus.

Em choque

Aos que o acusam de ser muito light em sua campanha, Gustavo Fruet em entrevista à imprensa fez algumas ponderações. A principal dela, mostrando sua coragem, foi ser o primeiro a denunciar o mensalão na CPI dos Correios. Além de participar do processo de cassação de José Dirceu, quando Chefe da Casa Civil.