Me engana…que eu gosto!

O que foi atribuído à habilidade de Marco Maia quando desta sua passagem pela presidência da República, dobrando as lideranças dos partidos da base, convencendo-os a votarem, no Senado, o Fundo de Previdência Complementar do Funcionalismo que até sigla já tem: Funpresp, e na Câmara a Lei Geral da Copa, não passou de uma tentativa de ‘fingir’ que os rebeldes foram domesticados. Em verdade o que ocorreu, certamente com autorização da presidente ausente, foi o de sempre: compra de votos. Liberando o que Dilma tinha mandado sustar: as emendas parlamentares. Fosse diferente e quando ela voltasse, enfurecida, colocaria na rua o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, responsável pela ordem dada aos ministérios para que remanejem recursos para a liberação de tais emendas. É curioso como os dirigentes do país entendem que ninguém vai perceber essa manobra. Do jeito que imaginaram, espertos que são, o Palácio obtém os votos dos parlamentares sem que a palavra da presidente que anunciara em fevereiro o congelamento de todas as verbas às emendas parlamentares para enfrentar a crise econômica internacional tenha sido quebrada. A ordem foi dada na sua ausência. Simples assim! Tudo isso acompanhado da explicação de Dilma lá na Índia de que não existe crise mas sim uma coalizão de forças (que, por vezes, se transforma em ‘colisão’-  a observação é da coluna). O resto como não poderia deixar de ser segundo ela vocês (imprensa) é que criam, né gente. Vocês criam é o que é que eu posso fazer. Vocês chegam à conclusão de que tem uma crise e depois têm de resolver. Aí vêm as hipóteses. Só não confirmou que  o acerto estaria confirmado com Maia. Possivelmente, antes de viajar.

 

Espertezas

Uma frase atribuída a um dos mais hábeis políticos que o país produziu,  Tancredo Neves, vez por outra vêm à baila. Teria dito ele: esperteza demais, engole o esperto. Uma jogadinha como essa acima descrita, nem merece figurar no nível das grandes espertezas já ocorridas neste país. Um exemplo: a tentativa de Jânio em simular uma renúncia amparada no apoio dos 6 milhões de votos que certamente não lhe faltariam, foi engolida pela esperteza do Áureo Moura Andrade, presidente do Senado. A renúncia se confirmou.

 

Lula

A volta de Lula, curado, ao cenário político, já começa a produzir efeitos. Inclusive aumenta em Curitiba  a preocupação dos governistas. Lembram-se eles que o ex-sapo barbudo, agora mais careca que o Espiridião Amin, pelo tratamento a que se submeteu, foi decisivo em duas eleições do Requião ao governo. Só não, conseguiu eleger Osmar contra Beto em 2010.

 

Pecado mortal

Verdade que Osmar cometeu o pecado da indecisão. Ficou à espera de uma definição sobre o governo em que receberia um suposto prometido apoio de Beto que, nesse caso continuaria na prefeitura de Curitiba. Posteriormente, indeciso sobre disputar o Senado ou não. Optou ao final pelo apoio do PT, o mesmo que hoje pode ser dado a Gustavo, na tentativa de chegar ao Iguaçu. Palácio, renovado, que no rio não dá para entrar.

 

To be or not…

A nova situação, se tal apoio acontecer e Lula, além de São Paulo onde a candidatura de Fernando Haddad teima em não decolar, tiver tempo para se dedicar a Curitiba, vai justificar o aumento da pressão oficial sobre Ratinho Jr. que insiste em sair candidato, o que praticamente garantiria um imprevisível segundo turno, para que aceite ser vice de Luciano Ducci. Como dito aqui, dia desses, muita água (limpa, não do Iguaçu, rio)  ainda vai passar por baixo da ponte. De preferência em espécie!

 

Em choque

Tão complicada está a situação em São Paulo, depois da decisão de Serra em entrar na disputa municipal (tentativa desesperada do tucanato em manter o fundamental domínio no principal centro econômico-eleitoral do país) que se Haddad não deslanchar o PT pode optar por Marta Suplicy. Esta, dá o assunto candidatura por encerrado.