Meses de (muita) conversa
Até o final de junho quando as convenções partidárias terão definido os rumos partidários, muita saliva vai ser gasta pelos políticos. Não apenas no Paraná que tem ainda um quadro longe de ser definido, embora alguns esboços de candidaturas. De momento a certeza da presença de Luciano Ducci, que tenta a reeleição à Prefeitura de Curitiba, com apoio ostensivo do governador Beto Richa que para chegar a essa situação, precisou empurrar para fora do PSDB o candidato partidário à disputa que seria natural: Gustavo Fruet. De lá para cá, com o ingresso de Fruet no PDT de Osmar Dias, sob as bênçãos do poderoso casal petista Gleisi e Paulo Bernardo, mais a ala majoritária do PT, outro problema está criado: velhos integrantes da legenda como Dr. Rosinha e mais recentemente, Tadeu Veneri, reivindicam candidatura partidária, no caso para um deles. Uma disputa árdua na convenção, na medida em que o próprio Rui Falcão, presidente nacional em seu giro paranaense, deixou Curitiba fora do roteiro na base do entendam-se por aí. Dá-se como certa a candidatura única da ex-ministra Márcia Lopes, com o aval do irmão Gilberto Carvalho e de toda a cúpula da turma de Londrina no qual o casal de ministros tem assento, além do André Vargas, figura expressiva na Executiva Nacional do PT. Uma dúvida sobre a vontade da cúpula de ver Sameck disputando a prefeitura de Foz do Iguaçu. Dois óbices: a depender do próprio e de uma frase sussurrada dentro de algum barco, companheiros de pesca que são, pelo próprio Lula que aconselha: fique onde está! A saída de Sameck para a campanha resolveria dois problemas: primeiro Foz não tem outro nome competitivo. Segundo, abriria um espaço cobiçado para acomodar um companheiro que pode ser o próprio Paulo Bernardo. Este, por sua vez deixaria um Ministério que serviria para Dilma acomodar um partido descontente.
Serra…
Começa a crescer de importância a decisão longamente esperada pelo PSDB: José Serra, se passar na convenção do PSDB (se houver!), será candidato a prefeito de São Paulo. Decisão que afasta o atual prefeito Gilberto Kassab e seu recém formado PSD, da mira do PT. Uma mudança brutal no quadro político da capital paulista, poderoso bastião político que resta aos tucanos.
…afinal
Se ganharem São Paulo, os petistas voltarão seus olhos para o cargo hoje ocupado por Geraldo Alckmin, naquele estado, fortalecimento que terá reflexos no Paraná, um dos últimos redutos importantes da oposição. Conseqüentemente em risco a reeleição de Beto Richa.
Peso
No cenário local curitibano, há quem veja na candidatura de Ratinho Jr. uma estratégia para negociação num provável segundo turno. Isso se não for ele, que começa a arregimentar apoios poderosos como o do dublê de poderoso político e poderoso empresário, Marcelo Almeida, para o segundo turno. Contra quem? é a pergunta. Ou, em caso de derrota, com quem iria no segundo turno?
Alvo preferido
Quem hoje aparentemente pouco preocupa pelas suas frustrações recentes, é Rafael Greca. Como prefeito é mais lembrado que como Ministro (de trágica memória) ou deputado. Mas, é bom lembrar, é o que melhor conhece Curitiba. Além de orador inteligente que unido Requião, ficará mais ferino. Luciano deve ser seu alvo favorito.
Cidades-chave
Outras cidades-chave do Paraná como Ponta Grossa, Cascavel, Campo Mourão, Guarapuava devem também sofrer fortes pressões do governo e do PT. Este pretende aumentar sua presença de 35 para 50 prefeituras e de 290 para 500 vereadores. Beto Richa fará tudo para evitar esse crescimento. O domínio do maior número de grandes e médios municípios é fundamental para sua reeleição.
Em choque
Os mais atentos vão ver confirmar-se uma frase que o próprio Requião disse em uma de suas campanhas (depois corrigiu-se com apelos a orações): Para ganhar eleição político faz acordo com o diabo. Lidar com ele depois é outra história!