Momento delicado

Enquanto o Papa Bento XVI, arrostando as dificuldades que de há muito vive o Líbano, vai àquele país para pregar a paz entre cristãos e muçulmanos, para unidos obterem o silêncio das armas e o fim de toda a violência, no Líbano, na Síria e em todo o Oriente Médio; enquanto recrudescem os conflitos entre católicos e protestantes em Belfast, Irlanda, por aqui, cristãos de várias denominações (católicos e evangélicos) envolvem-se nas campanhas políticas municipais. País mais cristão do mundo, com predominância ainda de católicos, o país corre um sério risco. Pastores, com seu egos inflados por já terem formado na Câmara uma bancada evangélica, em alguns casos com interesse específico de obtenção de canais de rádio e televisão com que aumentarem seu poder de comunicação, disputam palmo a palmo o apoio de seus currais, conduzindo-os para candidaturas por eles definidas. De pregadores que conduzem seus seguidores através a palavra de Cristo, transformam-se em cabos eleitorais, nesta altura do mensalão disputados por que não, a peso de ouro. Basta um olhar ao redor do mundo para se perceber que alguns dirigentes religiosos estão conduzindo seus povos à desunião: a política é o caminho. Corre-se o risco de transformar o país, como tantos outros, em repúblicas fundamentalistas, mesmo sem defender o sentido literal da Escrituras  que no caso dos fundamentalistas islâmicos prega o Corão como Constituição dos Estados.’ No caso atual, especialmente em Curitiba e São Paulo, uma guerra de egos que nada tem de santa, entre pastores evangélicos, com algumas opiniões da Igreja Católica no caso da capital paulista, atingida por artigo do  presidente do PRB (bispo licenciado da Universal), que apóia o até então favorito Russomano.

Últimos…

O leitor que acompanha a política brasileira no seu dia-a-dia (raríssimos por sinal) precisa ficar atento nestes dias que antecedem ao primeiro turno das eleições (raras são as cidades com mais de 200 mil eleitores em que não haverá segundo turno). É o momento em que as supostas bombas eleitorais costumam ser detonadas. Lembra as palavras de padre em casamento: Se alguém tiver algum impedimento, fale agora ou cale-se para sempre.

…cartuchos

Um episódio policial de 1994 pode vir à tona agora, envolvendo denúncia do Ministério Público Federal, que hoje tramita em Brasília. Guardado a sete chaves por parte politicamente interessada, o momento para que retorne é este. Como lembrava a coluna ao início da disputa eleitoral, cada campanha tem seus gênios do mal. Nestes momentos finais eles entram em ação.

Campanhas cada vez mais limitadas

As limitações impostas à comunicação das campanhas eleitorais obrigam à criatividade dos marqueteiros de plantão. Diferente da comunicação das campanhas na democracia americana (EUA), aqui predominam os cada vez menos vistos horários eleitorais (ditos) gratuitos. Até pela concorrência das tevês fechadas liberadas desse ônus.  Lá as inserções publicitárias são permitidas, custando os olhos da cara, daí o volume de arrecadação que cada candidato obtém: centenas de milhões de dólares.

Candidaturas cassadas

Os adversários do atual prefeito de Marechal Cândido Rondon, importante município do oeste paranaense, acabam de receber uma tardia mas importante ajuda do Poder Judiciário. A juíza eleitoral do município cassou a candidatura do atual prefeito Moacir Froehllich e seu vice, por infringirem a lei 9504/99 que restringe condutas em ano eleitoral. À partir da notificação, cabe recurso em 3 dias.

Em choque

Da carta de Dom Odilo Sherer, arcebispo de São Paulo, em resposta aos ataques à Igreja Católica por participantes da campanha de Celso Russomano (PRB): Não se pode aceitar que na campanha eleitoral se fomente um clima de intranqüilidade entre os cristãos das diversas comunidades.