Morro e não vejo!

Um deputado do PR do Paraná disse ontem ao colunista, por conta de um comentário nosso: Em política até cavalo voa. Expressão correta para um político de capital como os que representam Curitiba, um grande eleitorado sem dono e sem posição definida. Difícil de engolir para os que fazem política no interior onde as posições, na maioria das vezes são definitivas. Companheiro é companheiro, adversário, idem! Esse intróito é para registrar o absoluto espanto de um comentarista que, por já ter visto quase tudo, recebeu a notícia com incredulidade. Quem viu em 2002, um Requião rancoroso, apoiado pelo irmão Maurício, e o seu lugar-tenente Doático Santos, tirar da campanha à prefeitura o jovem Gustavo Fruet,  filho do Maurício, recém falecido, com tudo para participar ativamente dessa disputa, com apoio de peemedebistas como Luiz Cláudio Romanelli e Paulo Salamuni, para apoiar e perder com a candidatura do petista Ângelo Vanhoni, percebeu claramente que o objetivo era não deixar crescer no PMDB uma nova liderança. Fruet desgostoso deixou o partido. Assim como Salamuni que agora, no PV, coerente, vai apoiar Gustavo. Quando se imaginava que a candidatura própria do PMDB iria prosperar pelo apoio explícito de Requião, uma surpresa: o Roma, que cooptou (?) ninguém menos que o  (ex) fiel escudeiro Doático Santos, anuncia apoio ao candidato do PSB à reeleição, que também é apoiado pelo governador. Vá tentar explicar isso a  um eleitor do PSDB, do DEM, do PTB, do PP, no interior, daqueles que comeram grama quando Requião era governador e que garantiram a vitória do atual governador. Vá tentar explicar que o PMDB hoje manda no governo, embora tenha perdido a eleição! Vale uma frase de um velho amigo que, desencantado com a política na qual militou por toda a vida com os mesmos companheiros, afirmava: Morro e não vejo tudo!

Socorro de…

O anúncio do novo saco de bondades do governo para proteger especialmente a indústria automobilística nacional, feito de maneira açodada, sem um  preparo adequado para a importância que se lhe quis atribuir, assemelhou-se àquelas posturas do governo anterior, contrapondo um fato novo para desviar a atenção de situações confusas como o mensalão.

..afogadilho

O anúncio de Mantega, no final do dia, sem informações antecipadas especialmente aos jornais e tevês para prepararem informações mais detalhadas, numa coletiva em que as respostas pouca luz trouxeram  aos questionamentos, não pareceu coisa de profissionais. Mais uma postura de governo tentando solucionar uma situação delicada vivida no Brasil por uma indústria  que é pouco competitiva pela razão que todos conhecem: a fantástica carga tributária, aliada a juros altos e mão de obra despreparada.

Faltam investimentos

Informações sobre investimento na infraestrutura que hoje já não atende à carga rodoviária do momento, nas cidades e nas rodovias, insuficiente; muito pouca. O que se tem como certo é que, se os recursos desviados das obras públicas no Brasil fossem direcionados para investimentos, a situação seria completamente outra.

Compensação

Uma ponta compensa outra; se a subida do dólar, por conta das mutações cambiais que ocorrem no país, numa ponta prejudica a importação que ocorria em altas doses, de produtos vindos da China e de outros países, beneficia as exportações de commodities, especialmente a soja, cujo preço compensa as perdas ocorridas com a seca que atingiu regiões produtoras do Paraná.

Em choque

Menos mal que alguns parlamentares, comandados por Álvaro Dias e Kátia Abreu alertaram do papel ridículo a que a CPMI do Cachoeira expôs o Congresso e até a opinião pública nacional durante o esperado depoimento do contraventor que industriado pelo competente ex-ministro, advogado Márcio Thomaz Bastos, entrou mudo e saiu calado.  Um silêncio que só teve o condão de valer por uma confissão de culpa. Resta saber de quantos!