No alvo
Não é preciso ser adivinho. Basta a experiência e o conhecimento de como as coisas se processam neste Brasil de democracias de curtos períodos, alternados com outros em regime de exceção. A coluna já anteviu o que iria acontecer. Qualquer tentativa de mudança nos padrões vigentes, intranquiliza certos políticos acostumados a agirem de acordo com suas conveniências, mesmo que eleitos para defenderem os interesses do país. Não admira pois que o governo cada vez mais feminista da presidente Dilma (a nova presidente da ANP é mulher, assim como grande parte de sua assessoria), que em momentos iniciais tentou bater de frente com as conveniências dos congressistas, dentre os quais algumas raposas de rabo felpudo (a expressão é do Requião cuja vivência política já o transforma num raposão), esteja passando dificuldades. Outros já tentaram mudar o estado de coisas e se deram mal. A começar por Jânio que em seus estados etílicos aparentava ver fantasmas. A verdade é que, e ele viveu isso na carne, as forças hoje nem tão ocultas, existem. E cada vez mais fortes na medida em que o fortalecimento econômico do país amplia em muito os interesses em jogo. A grande chance que a presidente Dilma tem é mudar as regras da política. Promovendo essa reforma que é a mãe de todas. Bastam medidas simples, como escrito ontem aqui. Uma delas: a obrigatoriedade que partido político teria de lançar candidato próprio em eleições majoritárias. Use seu tempo de rádio e TV; não o venda! Não importa que uma cidade como Curitiba com muito mais de 1 milhão de eleitores obrigue-se a ter 28 candidatos. O mesmo com Porto Rico com seus pouco mais de 3 ou 4 mil. Partido que não tiver candidato perde seus direitos, inclusive o acesso a um dos absurdos deste país: o fundo partidário. Ficaremos reduzidos a meia dúzia deles. Quem for oposição é oposição; quem for situação optou por apoiar o governo, colha os bônus e arque com os ônus. Sem meio termo. Simples assim!
Oportunidade
O momento é oportuno e a opinião pública insatisfeita com a atuação dos políticos, generalizadamente, misturando bons e maus, alhos e bugalhos, dando respaldo à atuação da presidente Dilma, certamente aplaudirá medidas que venham a moralizar essa atividade fundamental que é a política.
Risco de retrocesso
O risco que se corre é que os mesmos que apoiaram no passado recente (1964/85 – 27 anos é nada na história) uma mudança que acabou se tornando traumática como se sabe, queiram aproveitar o momento favorável para levar o país a um retrocesso, induzindo a presidente já irritada, a decisões precipitadas. No clima atual há muita gente com saudade; outros querendo se perpetuar no poder, se é que a coluna se faz entender.
Água fria na fervura
A viagem da presidente Dilma é oportuna; assim como a ausência do vice-presidente Michel Temer. Quem vira presidente é Marco Maia. A presença de um político que mesmo sendo do PT, tem-se comportado com isenção na presidência da Câmara, pode melhorar o astral do Palácio do Planalto.
Antecipação
A Assembleia do Paraná começa a se agitar em torno de um tema: a proposta de antecipação da eleição da nova Mesa Diretiva da Casa para Julho, quando a posse ocorre em fevereiro de 2013. Pelo menos a bancada do PMDB já fechou questão contra. A antecipação beneficiaria a atual direção encabeçada por Valdir Rossoni, entendem deputados do partido.
Enxugando gelo
Não satisfeito com o calhamaço de processos que ainda tem a julgar, o STF se defronta com um pedido do PPS questionando a decisão do Tribunal de proibir o uso do Twitter na promoção pessoal dos candidatos. Se o Supremo for se imiscuir em problemas que hoje fogem ao controle como os programas da Internet (a cada dia surge um novo), vai ficar enxugando gelo!
Em choque
Notável a tranqüilidade do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Em pleno tiroteio ele se sai com esta: O desgaste está superado; está tudo ótimo.