Obras bem-vindas
A visita da presidente Dilma, sob o pretexto inicial de conhecer as obras da Arena da Baixada, pertencente ao Atlético Paranaense e que, por se tratar de estádio particular alvo de críticas por receber investimentos públicos, acabou representando uma série de promessas que deverão alavancar a administração do prefeito curitibano Gustavo Fruet, frustrada inicialmente pela pesada carga de dívidas que recebeu. De fato! Se as obras anunciadas forem executadas, um grande reforço estará dado a sua administração pelo governo federal. Exatamente o contrário do que ocorreu com o governo do Estado, castigado pela intervenção política de adversários, supostamente responsáveis pelas dores de cabeça que Beto Richa sofreu, na liberação de empréstimos superiores a R$ 3 bilhões, a cada dia retidos sob uma nova desculpa. O que vai acabar gerando a ele um benefício se conseguir recebe-los em pleno período eleitoral, momento tradicionalmente reservado por governantes para mostrar trabalho. O ressentimento com o tratamento recebido fez com que Beto se ausentasse de Curitiba na visita da presidente. O certo é que, se o metrô curitibano, tantas vezes adiado, sair do papel ainda este ano, com R$ 1,8 bi de apoio federal; o BRT implantado por Jaime Lerner sofrer modernização e ampliação; o Inter 2 igualmente remodelado e ampliado; a Linha Verde cumprir sua função de aliviar o tráfego do centro e ligar leste e oeste de Curitiba, missão que ainda não cumpriu, Gustavo estará sendo consagrado. Mais um presente de última hora: R$ 400 milhões para a revitalização do Contorno Sul. Um avanço e tanto! Situações que poderiam ter sido espalhadas durante todo o mandato se a política não interferisse tanto na administração, reservando concentração de esforços para os períodos eleitorais.
Reeleição: um mal!
A propósito: ao deixar a presidência do TSE, o ministro Marco Aurélio Mello fez críticas acerbas a uma mudança ocorrida no governo de Fernando Henrique Cardoso que mudou para pior a estrutura política brasileira que sempre foi de má qualidade, conduzindo a vícios insanáveis. Pelo enquanto permanecer a omissão dos governantes em relação às necessárias reformas. Marco Aurélio condena a reeleição; ainda mais com os candidatos mantendo-se nos cargos, como ocorre no Brasil. Fonte de muitos males.
Boa impressão
Uma operação limpeza ocorrida na véspera da visita presidencial à Arena da Baixada, fez com que a presidente Dilma levasse da obra uma boa impressão. Cuidado que não tem havido durante todos os momentos. Superada a inauguração, muita água vai passar debaixo da ponte. Inclusive na hora do acerto de contas entre Petraglia, Prefeitura e Governo.
Terceira via
A presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, pré-candidato ao governo de São Paulo, a convite do deputado Eduardo Sciarra e recepcionado pelo estadual Ney Leprevost, foi eclipsada pelos preparativos da chegada da presidente Dilma. Kassab insistiu com o empresário Joel Malucelli em levar adiante sua pré-candidatura ao governo, opção real à atual dicotomia Beto-Gleisi. Projeto que pode lamentavelmente ceder a um plano B do PSD: apoio a Beto, com lançamento de Sciarra ao Senado, dividindo espaço com o tucano Álvaro Dias.
Crítica oportuna
A Curitiba acostumada a receber elogios do mundo por suas intervenções inovadoras do passado, desde Ivo Arzua e outros prefeitos, chegando à fase áurea com Jaime Lerner, não se habituou com críticas como as do Le Monde Diplomatique, ocorrida exatamente no momento em que aqui se realizava a Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI) 2014. Para os participantes desse conclave a capital paranaense tem condições de reinventar a sua marca.
Parque a perigo
A construção de mais uma usina no rio Iguaçu, bem próximo ao Parque Nacional, ao lado da reabertura da Estrada do Colono pleiteada pela população da região, põem em risco o título de Patrimônio Natural da Humanidade concedido pela Unesco. Verdade que só o título não tem resolvido os problemas vividos no Parque, inclusive roubo de palmito e caça ilegal por falta de fiscalização. Entre outros. Uma obrigatoriedade da Copel em ampliar a fiscalização seria uma boa negociação.