Oportuno mas, a ser contestado

Os políticos com mandatos parlamentares, quer sejam vereadores, deputados estaduais ou federais, senadores, estão sempre a procura de motivação para enriquecer suas atuações, quer sob a forma de discursos, ou, mais marcante, projetos que venham beneficiar as populações de seus municípios, estados ou Nação; neste último caso missão quase impossível na medida em que o estado brasileiro, talvez seja no mundo, o que mais interfere com sua extensa (e ponha extensa nisso) legislação,  na vida do brasileiro. Verdade que como na anedota do inglês, há leis que não pegam! Curiosamente, algumas situações que Nelson Rodrigues classificaria como o óbvio ululante, passam batidas. Muitas vezes pela incerteza sobre a sua validade, no Brasil definida como constitucionalidade. Caso de um projeto agora em andamento na Assembleia Legislativa do Paraná, já aprovado em segunda votação. Pretende o deputado Roberto Aciolli (PV) que aqui se adote uma norma que é comum em outros países, especialmente os de democracia mais transparente e de legislação tributária mais simples que essa  emaranhada peça em nosso país: a inserção nas notas fiscais e anúncios, do valor agregado dos impostos que sobre o produto incidem. Simples assim mas que não faz o gosto dos governantes. No Brasil, transparência é palavrão. Com certeza, se aprovada, sofrerá sanções até que sua constitucionalidade seja comprovada. O que poderá ser objeto de longas elocubrações mentais da burocracia e das áreas jurídicas governamentais, sempre favoráveis ao lema: se dá para complicar, para que facilitar. Dando cada vez mais validade à velha frase do Afif Domingos, segundo a qual neste país se cria dificuldades, para vender facilidades.

Otimismo…
O otimismo pela situação econômica brasileira justifica-se. Nunca o restante do mundo esteve tão mal. Quem imaginaria os EUA, descendo de sua potestade em função da euforia de bancos com empréstimos imobiliários! Ou o rebaixamento de países como Portugal, Espanha, Itália e outros de primeiro mundo!

…contido!
Isto sem falar na Grécia, hoje praticamente na UTI econômica.Estamos  caminhando pelas mesmas trilhas que os levaram à ruína. Curitiba deverá entregar mais de 7 mil unidades neste ano e em 2013 ultrapassando 10 mil, fazendo lembrar um detalhe que no automobilismo nacional bateu recordes: financiamento a longo prazo. Num mundo sem expectativas, uma temeridade!

Preocupante, sim!
A avalanche de carros produzida no país, necessitando ser desovada num momento em que aumenta a inadimplência, créditos são constrangidos  e novas fábricas chegando, são motivos mais que suficientes para preocupação. 

Nada especial
Depois de meses exposta à execração pública, por conta de discussões em que a magistratura ficou no meio do tiroteio, o TJ do Paraná resolve adquirir carros para servir aos desembargadores. Uma situação antigamente  normal e hoje  vista com maus olhos. No entanto, a Justiça tem que voltar a ser respeitada, prestigiada e independente, sem o que se cairá em situações de submissão como as que acossam Argentina e outros países do continente.

Apoio mútuo
A imprensa, hoje exercida com relativa liberdade no país (algumas submissões ao governo são obtidas pela via dos departamentos comerciais), cabe lutar para que esse estado de coisas permaneça e inclusive colaborar para que os vários setores – Tribunais Superiores, Conselhos, MPs e TJs se harmonizem,  para defendê-la em eventuais tentativas de supressão de tais liberdades, hoje  freqüentes na vizinhança nacional. 

Em choque
Curitiba e o Paraná, que de há muito não lembravam que o ex-ministro  Milton Luiz Pereira morava ali na Iguaçu, sem pompas embora seus altos méritos, acordaram de seu torpor para reverenciá-lo na morte. Não se passa um dia sem que algum fato de sua vida seja rememorado na imprensa.