Paciência no limite
Uma frase atribuída ao inglês Winston Churchil, com uma pequena adaptação, aplica-se à democracia incipiente que se pratica no Brasil. Por traz do famoso charuto que o notabilizou como premier inglês de importantes decisões durante a segunda guerra mundial, afirmou: “Leis e salsichas é melhor que o povo não saiba como são feitas”. A adequação no Brasil seria “a que preço as leis são feitas”. É melhor que o povo não saiba que o Congresso nacional custa à democracia brasileira R$ 7,6 bilhões, mais do que o orçamento de 7 estados e 33 dos 38 ministérios que este país, como rico que é, mantém! Só perdemos em custo para aquele paízinho lá do norte, que agora também vive dificuldades. Com um orçamento que ainda sim, é pelo menos umas 20 vezes o nosso.Ou mais! O Parlamento inglês, as estruturas legislativas francesa, alemã, e outras menos votadas, custam menos que a nossa. Não se diga porém que os nossos líderes, Sarney, Renan, Collor, Jucá, para só citar os mais antigos e notáveis, não se esforçam para mudar esse estado de coisas. Contrataram inclusive a conceituada FGV para produzir um projeto de redução dos custos do Senado. Ao custo de R$ 500 mil reais tal projeto foi construído. Pena que não tenha saído do papel. Por aí se vê que só os pessimistas não enxergam que essa gente que domina o cenário legislativo nacional, pelo menos interesse demonstrou. Faltou só vontade política para incrementar a reforma. Afinal diretorias como a de “garagem”, a de “check-in” no aeroporto de Brasília, eram de extraordinária utilidade. Ironias à parte, é chegado o momento de botar os pingos nos ii. Os políticos profissionais deste país têm que ter a percepção de que, “de tanto ir à fonte o pote de barro (ou de ouro) acaba quebrando (ou amassando)”.Paciência tem limite. Basta um demagogo para botar fogo no circo. Jânio que o diga!
Farsa armada
Depois que o repórter do SBT flagrou a mensagem tranqüilizadora do Vacarezza para o governador Sérgio Cabral, o mínimo que se poderia esperar é uma mudança de postura dos participantes da CPMI do Cachoeira. Se os governadores e o presidente da Delta forem liberados, nada se poderá esperar além de uma grande farsa.
Deus lhe pague
Agora só fica faltando a notícia de que a Delta será salva por esse acerto da BSF e sua holding, com o devido apoio financeiro do BNDES que por ser sócio ativo da gigante da carne, tem interesse em apoiar a execução dos bilhões em projetos que a empreiteira tem no governo federal. Como lembra um amigo, dívidas de empresas como o BSF, as de Eike Batista e outros que tais para com o BNDES, têm um forte apelo religioso: “Deus lhe pague”.
Socorro quase tardio
O governador Beto Richa esteve na região oeste para levar a notícia de recursos para municípios afetados pela seca que grandes prejuízos trouxe às regiões oeste e sudoeste. Com algum atraso mas ainda assim marcando presença. Lembrou ao colunista uma foto de Jaime Canet em julho de 1975. Embarcando no carro que o levou ao aeroporto, com neve caindo sobre sua cabeça. Viajava para observar “in loco” os prejuízos que estavam sendo causados. Apoios moral e financeiro, imediatos. Verdade que os tempos eram menos burocráticos.
Estradas melhoradas
A visita do governador à região também serviu para anunciar os investimentos que estão sendo aplicados na malha rodoviária daquelas regiões. Trechos há, fora da cara área pedagiada que também ainda não recebeu todos os investimentos comprometidos, em que a situação das estradas era calamitosa.
Em choque
A sexta-feira que passou trouxe finalmente no Diário Oficial da União, os preços mínimos anunciados pelo Ministro da Agricultura, há uma semana atrás para o trigo, na região sul. Mesmo com o anúncio que garante a compra dos excedentes pelo governo, a área plantada será menor que a do ano anterior. Paga o país o preço de ter em outras épocas, privilegiado a importação de trigo argentino e russo.