Propaganda necessária

Um dos graves problemas que a leniente legislação eleitoral brasileira acarreta é a limitação imposta aos administradores a cada dois anos, por conta de eleições fracionadas. Nos meses que antecedem cada eleição (de dois em dois anos), prefeitos, governadores e presidência da República, se podem continuar as obras iniciadas no período não podem divulgá-las. No caso presente do Paraná, especialmente na capital por ser a mais importante eleição municipal do Estado, com mais de um milhão de eleitores escolhendo seu novo prefeito,  a tomada de posição amplamente divulgada pelo governo de Beto Richa o impede de fazer propaganda de suas obras. Se o governo federal pode, porque o estadual não!,  reclama o governador. Palavras ditas antes da assinatura do convênio com o Ministério das Cidades, em que recursos serão repassados para construção de 70 mil imóveis no Paraná. Com ampla divulgação por parte do governo Dilma, através a Caixa Econômica e Banco do Brasil. Pouca gente ficará sabendo que dos R$ 3,35 bilhões destinados ao projeto, R$ 350 milhões serão de recursos estaduais. Isso pelo fato de o governo do Paraná não poder realizar campanha sobre esse feito, na medida em que isso será entendido pela Justiça Eleitoral como propaganda em favor do candidato apoiado por Beto, no caso o prefeito Luciano Ducci que concorre à reeleição. Com as dificuldades já apontadas pela primeira pesquisa realizada pelo DataFolha, em que Ratinho Jr., Luciano Ducci e Gustavo Fruet aparecem tecnicamente empatados (embora com ligeira vantagem para o primeiro), o governador tentará por meio de sua assessoria jurídica reverter essa decisão, ficando mais à vontade para divulgar seus feitos, visando a reeleição de Ducci. Tida por especialistas como fundamental para o projeto reeleitoral de Beto, em 2014.

Recurso

Inconformado com a proibição de divulgação das ações das Unidades Paraná Seguro que começavam ações de grande repercussão em vários bairros da capital, marcados pela violência, estendendo-se em seguida para outras localidades, o governador Beto Richa deve determinar a sua assessoria jurídica que recorra da decisão. Trata-se de propaganda institucional segundo ele, não atingida pela legislação eleitoral.

Cohapar em alta

A se confirmarem os desembolsos de recursos para a implantação de novas 70 mil moradias populares em inúmeros municípios do Estado, entre as quais casas para índios e agricultores familiares, a Cohapar, secretaria do governo estadual encarregada de realizar o projeto terá realizado o maior programa de todos os tempos no governo estadual.

Ausência lamentada

A festa realizada para assinatura do convênio entre o governo do Estado e o Ministério das Cidades no Palácio Iguaçu, frustrou um pouco as expectativas dos petistas/pedetistas presentes, que certamente aproveitariam a ocasião para uma ruidosa manifestação político/eleitoral.  A ausência da ministra Gleisi Hoffmann, impedida de comparecer por um problema familiar, foi justificada  pelo ministro Aguinaldo Ribeiro. 

Oportunidade perdida

Os políticos por vezes perdem grandes oportunidades. Como a prestação de contas do andamento da CPMI do Cachoeira feita pelo seu presidente Vital do Rego. Ficou restrita a assuntos irrelevantes, sem lembrar que não fora a CPMI a qual aparentemente o PT arrependeu-se de ter apoiado, o senador Demóstenes ainda estaria no Senado, e situações afins.

Em choque

A colunista Dora Kramer lembrou igualmente que, não fora a repercussão CPMI um habeas corpus poderia ter tirado Cachoeira da cadeia, assim como não se saberia que a Delta foi vendida a um frigorífico que já contava com volumosos apoios financeiros do BNDES. Compra da qual o JBS e o banco recuaram, pela repercussão da quebra de sigilo da Delta. Uma das inexplicadas caixas-pretas do banco oficial mantido com o seu, com o nosso dinheiro.