São todos iguais

Interessante a postura dos políticos em relação a fatos comprometedores à agremiação de que participam. Caso do ex-presidente Lula, neste ano eleitoral em que ele sente o reflexo negativo de notícias desabonadoras, especialmente quando o envolvido é um companheiro ainda de menor expressão. Especialista em redirecionar fatos, esse é o sentido de seu  pedido de explicações convincentes ao deputado André Vargas nos fatos que o atingiram,  a pretexto de que podem prejudicar o partido. Em suas próprias palavras o PT não pode pagar o pato! Não pode Lula entrar   na discussão das denúncias que hoje turvam o extraordinário prestígio que a Petrobras já usufruiu no mundo econômico, na medida em que o principal ato em discussão, a aquisição de Pasadena, ocorreu em seu governo.  Só agora, por obra da imprensa que ele anda execrando, esse fato ainda mal explicado veio a público, caindo no colo da atual presidente Dilma, à época presidente do Conselho da estatal. Explorado em 2006, a explicação dada por Dilma agora,  prejudicaria a imagem de gerentona que se procurava implantar, para reforçar sua indicação como candidata à presidência da República pelo próprio Lula. Com outros companheiros envolvidos em episódios como o mensalão, ou os que ele mesmo limitou-se a classificar como aloprados,  foi bem mais condescendente do que com André. Isso demonstra que o tratamento dado à  falta de ética na política, depende  do momento ou do prestígio que o envolvido  desfruta na hierarquia do partido. Apesar da disposição que os episódios recentes despertaram em Lula, de maior participação na condução do partido,  nestes tempos que antecedem a uma eleição fundamental para o PT, os fatos de agora demonstram claramente que, ao contrário das atitudes marcantes que levaram o partido ao poder, o PT de hoje não diverge dos demais em tolerância às malfeitorias.

DIGA QUEM INDICOU…

Um  efeito,  denúncias sobre a Petrobras já produziu: exibir o fato de que suas diretorias e da BR Distribuidora são todas de indicação política. Por traz de cada diretor ou ex-diretores agora afastados, está um nome muito conhecido. Nem sempre pelas suas virtudes! Renan, Collor, José Janene (falecido), Edison Lobão, entre outros. Dá para reproduzir em outros termos um velho ditado: diga-me quem indicou e direi o que irá fazer!

SE DER TEMPO…

Agora que aparentemente só faltam a assinatura do ministro da Fazenda e publicação no Diário Oficial para o governo do Paraná botar a mão no dinheiro dos financiamentos, a começar pelo maior deles, os R$ 817 milhões do Proinveste, resta  saber se haverá tempo de transformar essa dinheirama em obras e ações. Se der, Beto coroará seu governo com um sucesso administrativo que lhe terá sido proporcionado por seus próprios algozes. Sejam eles quais forem!

 EXEMPLO…

Um livro em final de elaboração, sobre os quatro anos de governo de Jaime Canet Jr., certamente dos mais sérios e produtivos deste Estado, deve mostrar um ângulo de sua administração que serve de exemplo a quem se candidata a governador ou Presidente. Ainda vice-governador, ao aceitar a indicação de seu nome para disputar o governo em eleição  indireta, começou a se preparar ouvindo em reuniões regionais, todos os prefeitos do Paraná. Quando a Assembleia referendou seu nome, tinha uma visão das necessidades dos municípios. O que propiciou um plano de governo realista.

…A SER SEGUIDO

Se todos os que hoje almejam ser presidente da República ou governador, aproveitassem seus tempos para conhecer a realidade de cada ou de seu estado, certamente poderiam realizar campanhas recheadas de propostas exequíveis e objetivas. Sem propostas mirabolantes criadas por marqueteiros, que sabem não serão cumpridas. Como muitas das que hoje se critica. O país e estados precisam de competência e seriedade. Quem faz uma campanha fantasiosa, não tem essas virtudes.