Semana quente
Embora CPIs anteriores tenham alcançado grande repercussão e acabado em pizza, nenhuma teve o potencial inicial de estrago que a atual CPI do Cachoeira pode alcançar. Não obstante estar com presidência e relatoria em mãos de dois partidos interessados em, atendendo ao interesse do governo, causarem estrago apenas nos adversários, oposição que por sinal nunca esteve tão numericamente enfraquecida. Parece que vinga hoje em Brasília a filosofia do Millôr Fernandes: ou nos locupletamos todos ou restabeleça-se a moralidade. Como esta última está cada vez mais distante de ser alcançada, a opção inclusive por quem deixa de ser oposicionista para vincular-se a um novo partido como o PSD, definido como não sendo contra, nem a favor, muito pelo contrário é não ficar na linha de tiro de um governo implacável com os adversários. Alguns aspectos da atual CPI que se inicia na próxima semana chamam a atenção. Por exemplo: que motivação teriam os governistas para apoiar sua implantação, a partir da consciência ontem aqui exposta de que CPI sabe-se como começa, não como termina! Para Lula que a apoiou pode ter havido o sabor da vingança. Os de melhor memória lembram-se de que o hoje governador de Goiás, Marcondes Perillo, nela citado, quando parlamentar, foi quem denunciou à opinião pública, ter alertado o presidente sobre o suborno sistemático de deputados, o que daria origem ao mensalão, segundo grande escândalo de seu governo. O primeiro foi o de Waldomiro Diniz e do mesmo Carlos Cachoeira. A vingança, se foi essa a motivação, pode custar caro a seu partido. Com certeza até o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz não se sairá bem do embate. A semana promete.
Registro válido
Um registro destacado da imprensa da capital, ontem nas páginas sociais, depois de longa passagem pelas policiais. A bonita jovem Thalita Machado Temiski, comemorou seus 15 anos. Depois de passar 1 mês entre a vida e a morte, por obra de uma doceira que lhe serviu bombons envenenados. Comemorou a volta à vida. E a doceira, na cadeia que é o seu lugar.
Mais exemplos
A presidente Dilma voltou do exterior obcecada pela ideia de fazer o spread bancário (juros) baixar. Começou pelos bancos oficiais para dar o exemplo. Agora pede o mesmo dos bancos particulares que têm obtido os maiores lucros do país. Dá chance a ser cobrada por eles (e por todos) para dar outros exemplos, diminuindo significativamente o custo Brasil. Nem só de juros altos vive a falta de competitividade dos produtores brasileiros.
Fora da função
As chamadas audiências públicas promovidas por vários prefeitos, inclusive o de Curitiba, terminam quase sempre com as mesmas reivindicações. Asfalto, creches, saúde e mais segurança. Também mais arborização. O primeiro mais fácil de cumprir por exigir uma ação imediata, que dá votos. A manutenção é coisa para depois. Por vezes para outro prefeito. O item arborização tem um problema. Curitiba tem muitas árvores. Mutiladas pela fiação excessiva dos postes da Copel, alugados para outras atividades que não a condução de energia.
FOLCLORE
Quando a televisão começou no Paraná (TV Paranaense – Canal 12, hoje RPC), alguns temas em discussão na sociedade e na política chegavam aos programas de debates, de produção mais barata. Um deles envolvia um deputado iugoslavo, naturalizado brasileiro, eleito deputado pelo PTB: Miram Pirih. Rubens Requião e Haroldo Leon Peres deputados da UDN, oradores eméritos, questionavam sua eleição. O assunto veio para o programa do jornalista Geraldo Russi. Frente a frente, Haroldo, advogado bem articulado e Miram com enorme dificuldade de se expressar em português. Quando Haroldo invocou parecer do causídico de renome nacional Pontes de Miranda, Miram fez um gesto de desprezo com as mãos. E completou: Bontes de Mirranda. Bontes de Mirranda advogado. Advogado tudo fofoquerro. O debate terminou em gargalhadas.