Sempre discriminado

Que o Paraná sempre foi discriminado pelo governo federal, não é segredo para ninguém! Poucas foram as vezes em que este Estado recebeu tratamento condizente com sua importância e com a contribuição extraordinária que sempre deu à economia do país, desde os tempos da madeira, do mate e do café. Poucos de seus filhos também têm sido chamados a cargos importantes da República. Desde Aramis Athaide, no ministério da Saúde, Bento e Ivo Arzua, na Agricultura, o período de maior brilho foi quando Ney Braga ocupou o Ministério da Educação, no governo do presidente Geisel. Levou para o governo gente como Maurício Schulmann, Richbieter (que lá já estivera), Osires Stenghel Guimarães. Coincidindo o período com o governo de Jayme Canet Jr., estabeleceram entre eles, mais Saul Raiz na Prefeitura de Curitiba, um pacto. Brasília é com Ney, Curitiba é com o Saul e o Paraná é comigo, definiu Canet. Assim com atuação conjunta conseguiram inúmeros benefícios ao Paraná. Em 1988, por ocasião da votação da nova Constituição, logo após a volta do país à normalidade democrática (de 64 a 85 prevalecera o regime de exceção), mais uma vez o Paraná se viu prejudicado. Tendo implantado usinas hidrelétricas no Iguaçu, mais Itaipu e as construídas pela Chesp, no Paranapanema, utilizando parte da terra-roxa paranaense, sendo grande gerador de energia que era fornecida a outros estados, viu aprovada uma lei que determinava a cobrança do ICMS da energia, na fonte de consumo. Centenas de milhões de reais  perdidos anualmente.  O Paraná ficou  com os ônus de extensões agrícolas perdidas e de gente produtiva que teve que abandonar suas terras com indenização irrisória.

Desprestígio…

Quando o PT assumiu o comando do país, levando para lá Paulo Bernardo, Gilberto Carvalho e sua irmã, esta para um Ministério, o tratamento iria mudar. No entremeio tivemos inúmeras dissensões entre o governador e a equipe de Lula, incluindo-se duas tensas situações, uma envolvendo o Porto de Paranaguá e outra, a extensão da Ferroeste de Guarapuava a Ipiranga. Nada mudou!

…continua

Agora, a situação é ainda mais favorável. Além de Paulo e Gilberto, Gleisi Hoffmann foi chamada para ocupar o segundo cargo em importância na hierarquia ministerial. Desde o início do governo Beto Richa que já avança pelo segundo ano de mandato, um total de 2 bilhões e 817 milhões de empréstimos, aguardam o pode do governo, sem o que, nada será tomado.

Burocracia ou falta de vontade política?

Pobres prefeituras!

Um tema que merece discussão: as prefeituras, especialmente as pequenas sem corpo técnico necessário,  que a cada ano vêem aumentar as exigências do governo, também sofrem as reduções de repasses do governo federal. Isso ocorre cada vez que, como agora, Mantega anuncia que preparam em Brasília socorro à indústria. Os projetos, incompletos, são rejeitados, quando deviam ser corrigidos e aprovados. Dinheiro e técnicos (aos bilhões, um, milhares, outro) o governo tem; rejeitar tais projetos, pura e simplesmente dá menos trabalho e menos ônus ao tesouro.

Folclore Político

A ridícula situação vivida na segurança da fronteira com o Paraguai, que, além de um efetivo reduzido em no mínimo 500 homens,  deveria estar sendo fiscalizada pelo avião-espião não tripulado de US$ 50 milhões, parado em São Miguel há bem mais de um mês, merece entrar para o folclore político brasileiro. Depois de 206 produtivas horas de vôo em que fotos diurnas e noturnas foram feitas pelo Vant, produzindo apreensões, aguarda agora que a Aeronáutica emita sua autorização periódica. Além disso, um plano operacional precisa ser feito, com a eficiência de sempre da burocracia. Enquanto isso, agentes da PF e da Guarda Nacional,  que deveriam estar na fronteira, revezam-se na guarda da base do Vant, em São Miguel do Iguaçu.